Boa senhores! Hoje vamos falar do Handley Page Victor, pouco conhecido, mas com um design um tanto quanto diferente, que entre 1952 e 1963 somente 86 foram produzidos, sendo projetados originalmente para fazer parte do arsenal nuclear do Reino Unido.
Estes bombardeiros estratégicos eram movidos por quatro motores turbojato alojados nas robustas asas, o que lhe davam um visual fantástico, permitindo também que eles armazenassem até 35 bombas de 450 kg, ou uma bomba nuclear Yellow Sun.
Mas eles também não se mostraram imunes a grandes falhas de projeto. Como os Victors não tinham sistemas de defesa, voar em baixa altitude era a única maneira de evitar a interceptação. Após dez anos em serviço, rachaduras por fadiga eram descobertas, originadas justamente pelo esforço estrutural de voos em baixa altitude.
A Força Aérea Real certamente não imaginava que uma coisa destas aconteceria, ainda mais na década de 1950, quando eram orgulhosos demais para isso. Mas os britânicos mantiveram a calma e seguiram em frente com o programa nucelar, deixando essa força para os submarinos da marinha.
A maioria dos Victors foram transformados em aviões tanques, o que foi bem útil na Guerra das Malvinas, quando os bombardeiros Vulcan fizeram todo o trabalho sujo. Os Vulcan eram aeronaves mais tradicionais, embora o design ainda fosse arrojado para o seu tempo, eram mais estáveis e voavam muito alto para seu tamanho, e com a ajuda dos Victors, realizaram algumas das missões de bombardeio mais longas do mundo.
Apesar do relativo fracasso dos Victors naquilo que foram concebidos para fazer, os britânicos continuam orgulhosos deles e os exibem em eventos aeronáuticos pelo país.
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Infelizmente estes aviões não são muito conhecidos fora do Reino Unido. Depois que foram aposentados em 1993, só sobraram cinco deles e todos estão em seu país de origem.
O XH648 está no Imperial War Museum em Duxford, o XH672 está no Royal Airforce Museum em Cosford, o XH673 é o guardião da estação de Marham da Força Aérea Real, o XL23 está no Yorkshire Air Museum e o XM715 está no British Aviation Centre, em Bruntingthorpe.
Certamente, uma visita a um destes museus vale a viagem.
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