Watchmen: Os vigilantes, a guerra e o Enola Gay

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Hoje falaremos de um filme que nem todos conhecem, mas é na minha opinião, o melhor filme de todos os tempos (opinião particular).

Watchmen (2009), é um filme que explicitamente passa a impressão de falar de vigilantes (heróis) dos anos 40, que ficam “frustados” com suas vidas monótonas, sem aventuras, ainda mais após serem obrigados a revelar suas identidades ao governo. Eles resolvem voltar aos velhos tempos nos anos 80, mas com os heróis da geração atual daquela época, como a Espectral II, Coruja II, entre os outros personagens.

No entanto, o filme não é só baseado em uma ficção futurista de décadas atrás, mas sim, uma espécie de mensagem para mostrar o quão a humanidade foi cruel ao longo da história, criando guerras nucleares sem necessidades ou invasões desnecessárias contra os outros países.

Não irei falar de todos os personagens, porém cada um deles não possui seu nome por mero acaso, como é o exemplo do “Comediante” (Edward Blake), um homem que reconhece o horror presente nas relações humanas e se refugia no humor. Para o personagem, a ironia é, em vários momentos, um reflexo amargo da percepção desse horror. Edward Blake é cínico e violento, sua “alma de militar” o leva a cumprir seus objetivos muitas vezes a um custo alto, representando suas ações cruéis durante a campanha do Vietnã.

Comediante_Canal_Piloto

Outro notório personagem durante toda a história, é o Dr. Manhattan (Jonathan Osterman), era considerado o homem-deus, que vê a vida como apenas mais um fenômeno do cosmo, e é o único herói dotado com super-poderes. Em sua vida normal, Jonathan foi um cientista nuclear, mas em uma de suas experiências, acabou sendo desintegrado. Porém, sua força de vontade faz com que seus átomos se unam novamente e volte à vida, mas com uma forma de vida diferente.

Ele surge como um ser capaz de manipular a matéria, viajar para pontos longíquos no espaço, ocupar vários lugares no espaço ao mesmo tempo, como podemos ver nesta imagem, representada pelo filme:

Porém, seu nome (Dr. Manhattan) não é um mero acaso ou um “orgulho americano” por seu poder sobre a simples matéria, mas sim a representação de tudo o que se diz respeito ao “Projeto Manhattan”, projeto que teve como experiência a bomba “Trinity”, primeiro teste nuclear conduzido pelos EUA, e posteriormente, a criação do “Little Boy” e “Fat Man”, utilizados nos bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki, respectivamente.

Integrado neste fato histórico; Espectral II (Laurie Juspeczyk), foi a esposa de Dr. Manhattan e a primeira vigilante a obter lucro em cima do combate, exatamente como os bombardeios nucleares sobre o Japão.  (coincidência, não?) 

E o que um artigo como esse faz em um site sobre aviação? Sua imagem com poucas roupas, um estilo Pin-up, lembra muito as Pin-ups desenhadas nos bombardeiros da Segunda Guerra, arte nomeada de “nose-art”, antigamente, os pilotos se sentiam bem ao serem acompanhados por mulheres nuas sobre a fuselagem de suas aeronaves, fato este que as mulheres da época fizeram uma grande pressão em cima dos militares, para que fossem censurados tais desenhos considerados humilhante e ofensivos para as mulheres.

Para quem acompanha a história desde o início, irá perceber que a Espectral também luta para esta censura, de uma forma interpolada ao enredo da história fictícia.

Uma das cenas que mais chamam a atenção, é na aparição do B-29 Enola Gay, mas claro, representado por Espectral, assim a aeronave sendo nomeada de “Silk Spectre”, em 06 de Agosto de 1945, acompanhado do B-29 “mal necessário”, sobrevoou Hiroshima e lançou a primeira bomba atômica do mundo.

Um bom filme sempre carrega uma boa história por trás e uma mensagem, que as vezes, acaba sendo uma espécie de apelo, no entanto, Watchmen é uma inteligente obra escrita por Alan Moore que vale muito a pena acompanhar.

Confira o trailer: 

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=3gDL-grvG0Y]

Saiba mais:

Andrews Claudino