5 dicas para aprender a pousar

Um dos procedimentos mais trabalhosos da formação aeronáutica inicial é aprender a pousar. Por isso o treinamento de TGL é tão relevante, afinal, tudo o que sobe… Desce.

Vejamos algumas dicas próprias desta fase.


Coordenação atitude-potência na aproximação

O primeiro desafio é compreender a coordenação entre a atitude (não “altitude”) e a potência. Apesar disso ser explicado previamente, na hora do pouso o instinto fala mais alto.

Imagine uma aproximação com rampa para pouso correta, mas com velocidade caindo em direção ao stall. Ao raciocinar que irá perder também altura em seguida, o aluno instintivamente tende a esquecer a potência, e puxar primeiramente o nariz da aeronave para não baixar a rampa, o que só o leva ainda mais perto do stall.

Na verdade, deve-se primeiramente estabelecer a potência da aeronave, e apenas em seguida corrigir sua atitude. Se a situação for crítica, o nariz poderá até ser baixado para que a velocidade seja adquirida mais rapidamente.




Você não está pilotando um Boeing

Nos voos de linha aérea, e nos voos virtuais em simuladores, as aeronaves de grande porte tendem a aproximar com o nariz levemente acima do horizonte e fazendo ajustes primariamente através da potência, a qual também pode ser aplicada para um toque macio, próximo do contato com a pista. Mas você não está pilotando um Boeing!

Apesar do que você está culturalmente acostumado, atente-se às dicas do instrutor. Na aproximação, você pode precisar ceder o nariz da aeronave. Já perto do toque na pista, suas correções serão feitas baseadas na atitude. Na maioria das vezes, seu motor só deverá ser aplicado para correções críticas, ou para a arremetida.




Dificilmente a cauda baterá na pista

No caso das aeronaves triciclo esse é um medo real, também culturalmente propagado pelos casos de tailstrike da linha aérea. Porém, nos Cessnas e Cherokees de instrução, isso é improvável. Na esmagadora maioria dos casos, se sua aeronave estiver em uma atitude tão cabrada como esta, o stall ocorrerá antes do toque da cauda na pista. Faça seu arredondamento sem medo.

É possível, mas raro.

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Um pouso macio não é critério para um bom pouso

Ao priorizar um pouso macio, alguns alunos tendem a alongar o arredondamento e aplicar potência para diminuir o impacto. Mas nem toda pista é longa o bastante para isso. Quanto mais tempo você gasta no arredondamento, menos pista terá para frear.




A centerline existe para ser utilizada

Mesmo em atmosfera calma, a centerline tem tanta importância no pouso quanto tem na decolagem. De nada adianta um pouso macio, se após o toque uma de suas rodas for parar na grama da lateral da pista.




O pouso só termina quando acaba

Apesar de terem feito o arredondamento e o toque corretamente, alunos primários se esquecem de manter a centerline com os pedais, caindo novamente na questão do tópico anterior. “Segura nos pedais aí, comando!”

Pode não parecer fácil, mas todos os pilotos já passaram pelas dificuldades que você vive nesta fase. Quem nunca fez um pouso meia boca, que atire a primeira CIV.


Fotos:

Alexandre Sales
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