Assim como em qualquer outro meio, na aviação também existem más condutas cometidas pelos seus membros. Algumas são inocentes e produto da desatenção, mas outras são intencionais e passíveis de multa e cassação. Por via das dúvidas deve-se evitar todas, e dentre elas, as cinco listadas a seguir:
Neglicenciar o planejamento de voo
Um piloto deseja fazer um voo de 2h até seu destino, sabendo que o seu aeroporto de alternativa fica a 1h a partir deste último.
Como as chances de pouso no aeroporto de destino são quase certas, ele decide decolar com pouco mais de 2h de combustível, a fim de economizar e ganhar performance.
Ao contactar a Torre do aeroporto de destino, descobre que a pista está impraticável devido a um incidente.
Com pouco mais de 20 minutos de combustível sobrando, ele não possui autonomia para ir até ao aeroporto de alternativa, e muito menos de voltar ao aeroporto de procedência.
A aeronave faz um pouso forçado em pane seca.
Não fazer o check pré-voo
Pense em quantas vezes você já fez o check pré-voo antes de seus voos. Em quantas vezes algo incorreto foi realmente detectado? Pouquíssimas, quiçá nenhuma vez.
Em certa aula de voo, um aluno resolve pular esta fase. Ao retornar do interior do aeroclube, o Instrutor pergunta “Já fez o check pré-voo?”. “Claro!”, o aluno responde.
Mal sabia ele que o instrutor estava ausente, porém o observando a distância. A aula de voo foi cancelada, e o aluno teve de passar por um longo debriefing corretivo.
Pousar quando não deveria
Não importa se o voo é de instrução, lazer ou comercial. Um voo longo deixa todos cansados e ansiosos pelo pouso final.
Ao ingressar na aproximação em um local com tempo instável, as rajadas de vento começam a se intensificar, e uma chuva repentina dificulta cada vez mais a visibilidade.
Tentar um pouso com 75% de chances de sucesso e sair do avião em 15 minutos, ou arremeter para a alternativa alongando tudo isso para mais 1 hora?
Ao final do dia, você se lembrará de sua decisão, com orgulho ou arrependimento.
Rasante na casa da namorada
Nem todo o espaço aéreo brasileiro é coberto por radares, ainda mais a baixas altitudes e em locais isolados, o que se torna praticamente impossível quando o transponder é inclusive desligado.
Aproveitando esse aparente anonimato, por que não fazer um rasante na casa de parentes, sobrevoo a baixa altura em uma praia deserta, ou voar colado nos limites de morros?
Saiba que celulares com câmeras são tão comuns quanto gravadores registrando a fonia. Uma hora ou outra sua matrícula aparecerá, dando destino à infração e à multa. Isso se o real perigo dessa prática não tiver cobrado seu preço antes.
“Chegando lá a gente vê”
Um piloto chega ao destino, pilotando seu próprio monomotor. Após pousar ele recebe a informação de que o pequeno pátio de aviação geral do aeroporto está lotado, e que ele poderia parar no local apenas se tivesse hangar próprio.
Com a autonomia já limitada, e sem mal saber para qual aeroporto de alternativa iria se precisasse decolar novamente, ele afirma não ter condições, e insiste em ficar.
O apoio de solo acha um local improvisado para estacionar a aeronave, afirmando que ele enfrentaria as consequências de não ter se planejado e se informado sobre o aeroporto de destino.
Dias depois, chega uma pequena multa: R$ 40.000
Todos os itens citados são evitáveis. Seja padrão.
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