I.Ae. 30 Ñancú: Abandonado para priorizar os jatos

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O I.Ae 30 foi projetado pelo engenheiro italiano Cesare Pallavicino. Ele liderou uma equipe de técnicos e engenheiros argentinos, no desenvolvimento de uma aeronave de escolta que pudesse atingir altas velocidades. O nome “Ñancú” foi dado a esta aeronave em homenagem a uma águia indígena da Patagônia.

A aeronave deveria operar em conjunto com os bombardeiros Avro Lincoln, já utilizados pela Força Aérea Argentina. A estrutura do I.Ae 30 era totalmente de metal, abandonando algumas estruturas em madeira. A aeronave era alimentada por dois motores Rolls-Royce Merlin 604, com capacidade para 1.800 cv cada.

O armamento seria composto por seis canhões automáticos Oerlikon de 20 mm, montados no nariz da aeronave. Os planos posteriores, no entanto, consistiam em alterar esses canhões por outros fabricados pela Hispano-Suiza, além da instalação de 250 kg de bombas sob a fuselagem e uma bateria de cinco foguetes de 83 mm montados sob as asas.

Até o final de 1947, o primeiro de três protótipos foi recebido, conforme o contrato. Seis meses depois, em 1948, o primeiro protótipo estava pronto para testes, e um mês depois, esse primeiro protótipo voou pela primeira vez, comandado pelo Capitão Edimundo Osvaldo Weiss. O protótipo, porém, não estava equipado com armamento algum.

Os resultados dos testes provaram que a aeronave possuía boas características de voo, assim como as especificações de desempenho. Durante um voo entre Córdoba e Buenos Aires, o Ñancú chegou a uma velocidade de 780 km/h, estabelecendo um novo recorde de velocidade com motor a pistão na América do Sul.

Embora o protótipo conseguisse atingir as metas da Fuerza Aerea Argentina, um programa de um futuro caça equipado com motor a jato já estava sendo considerado como uma meta mais favorável. No início de 1949, o único protótipo que ainda estava voando foi seriamente danificado durante o pouso, devido a um erro de cálculo.

Embora o piloto não tivesse se machucado e a aeronave pudesse ser reparada, a Fábrica Militar de Aviões tomou a decisão de abandonar o projeto com o protótipo destruído. Os outros dois protótipos, que estavam inacabados, foram destruídos ainda em fábrica.

Andrews Claudino