No Aeródromo de Maricá (RJ) existem atualmente três escolas de aviação civil, todas situadas no aeródromo da cidade. Dentre essas existe um aeroclube que durante mais de 30 anos vem formando pilotos, e além disso o AD ainda possui uma montadora de aeronaves experimentais (ultraleves avançados), oficina de manutenção de aeronaves de pequeno e médio porte, uma empresa de aerolevantamento e uma escola teórica de aviação civil.
Semana passada, chegou ao lugar um oficial de Justiça, ordenando que as instalações do aeródromo fossem abandonadas até o dia 05/08/2012.
Uma das justificativas do governo é que o crescimento do aeródromo irá gerar novos empregos, servirá como base offshore, aumentará a arrecadação municipal e irá preparar a cidade para a copa do mundo em 2014 e Olimpíada de 2016.
Entretanto o aeródromo já é um local gerador de empregos, com muitas famílias da região necessitando dele para sobreviver. Ele é um local de excelente formação de pilotos no Brasil, e não se pode acabar com isso de uma hora para outra. Um dos motivos para essa impossibilidade é o grande número de estudantes, cerca de 300; estudantes que, em não muito tempo, estariam no mercado de trabalho como pilotos, e para isso, uma estrutura para a formação de pilotos é mais do que necessária.
Além de prejudicar diretamente os alunos nativos do aeródromo, outras escolas e alunos serão afetados indiretamente. Há uma escola de aviação baseada no Aeroporto Santos Dumont (20 minutos à Maricá), seus treinamentos são efetuados na região e os toques e arremetidas (TGL) são feitos neste aeródromo que poderá ser privatizado. No caso disso acontecer, onde essa escola irá fazer seus TLG’s? (No SDU são feitos apenas pousos completos). Não haverá outra opção de aeródromo, o mais próximo seria Jacarepaguá, porém este já está infestado pela operação de offshore e é apenas autorizado no máximo 2 ou 3 toques e arremetidas. Seria o fim de mais uma escola? (na pior das hipóteses)
Clique aqui para ler o documento oficial do Gabinete do Prefeito sobre o assunto
Sabemos que é uma situação complicada e que no Brasil as coisas são difíceis de evoluir, não estamos aqui para discutir a política, mas essa situação é extremamente desconfortável.
As escolas já estão tomando medidas jurídicas cabíveis.
Por Luiz Eduardo Pugliese e Júlio Serrão
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