Bell XP-77: Um caça bem simplificado, mas problemático

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Em 1941, a USAAF exigiu que as fabricantes projetassem uma aeronave interceptadora muito leve. A Bell, para atender as exigências, resolveu construir um avião bem simples, mas ao mesmo tempo, perigoso. Para essas produções, existe uma espécie de categoria de “materiais estratégicos”, na qual algumas empresas fornecedoras garantem que nunca faltarão materiais para atender às produções das aeronaves. A Bell deixou esse fator de lado.

Mesmo antes de sair o primeiro protótipo, a USAAF solicitou que 25 unidades fossem construídas. Tratava-se de um avião de asa baixa, trem de pouso triciclo e curvas elegantes. Um desenho que proporcionava uma boa visão panorâmica, o que, principalmente para um avião de caça, é um requisito fundamental.

Ele deveria utilizar um motor XV-770-9 de 12 cilindros, refrigerado a ar e com 500 cv. Mas na hora de entregar o protótipo, o XP-77 foi entregue com um motor mais fraco, um XV-770-7, devido aos atrasos no desenvolvimento de um motor mais potente. Como o atraso era previsto para mais de um ano, o motor menos potente foi colocado como o principal.

Ao inspecionarem o mock-up, algumas preocupações já surgiram quanto ao projeto. Tanto a fabricante quanto a equipe da USAAF perceberam que havia algo de errado: as especificações de peso ultrapassavam demais o exigido. Como os atrasos para a criação da aeronave já eram grandes, a Bell teve que recorrer a um pedido de adiamento de entrega, para estudar um novo projeto com uma aeronave toda em madeira.

As preocupações com a integridade estrutural da aeronave também eram grandes, pois não era fácil construir em madeira o tipo de aeronave que queriam. Os custos do contrato também mostraram ser um problema, e para piorar a situação, não havia nenhuma esperança de obterem motor exigido no início do projeto.

A USAAF só continuou com o projeto para experimentar e avaliar as construções de madeira em aviões de combate. No dia 01 de Abril de 1944, o XP-77 finalmente pôde voar, mas durante o voo de teste, os problemas começaram a aparecer. Devido à montagem do motor direto na fuselagem, o avião vibrava muito.

Ele provou ser difícil de voar, mesmo sem armamentos ou blindagem. A aeronave não atingiu a estimativa esperada de desempenho, principalmente porque sua potência era muito fraca. Novos testes foram realizados com o segundo protótipo, que acabou sendo completamente destruído ao tentar uma manobra conhecida como “roll-off-the-top”. O desenvolvimento foi encerrado em dezembro de 1944.

Andrews Claudino