Coffman Starter: Dar partida em motor com um tiro?

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Dar partida nos motores de forma convencional se tornou algo muito demorado com o tempo, principalmente para as horas em que mais precisamos. Imagine você estar em uma base militar: o alarme soa, todos devem embarcar de imediato para defender o espaço aéreo, e na hora de dar partida na aeronave, você acaba perdendo vários preciosos segundos.

Como forma de se evitar tal transtorno, que pode custar várias vidas, entre as décadas de 1930 e 1940 foi criado um dispositivo chamado Coffman. Ele nada mais é do que um grande cartucho vazio contendo Cordite que, quando acionado, empurra um pistão para frente. Uma rosca de parafuso acionada pelo êmbolo engata com o motor, fazendo-o virar.

A escolha da Cordite ao invés da pólvora ocorreu por conta da pólvora ser classificada como um explosivo de baixa intensidade. Sua velocidade de combustão é lenta, e consequentemente, tem baixa capacidade de detonação. A Cordite, pelo contrário, faz parte da família de explosivos sem fumaça, utilizando a combinação de dois eficientes explosivos: nitrocelulose e nitroglicerina. Ou seja, é um propelente de base dupla.

Para dar partida, era colocada uma espingarda adaptada, composta de uma culatra, onde o cartucho era inserido. Um curto tubo de aço ligado ao motor atuava como um cano de arma. O acionamento era feito de forma elétrica ou mecânica. Quando a ignição do avião era ligada, o cartucho era disparado a alta velocidade (180 m/s), forçando o motor a girar e engatar. A mudança do anel de partida do motor ficava ligada ao virabrequim.

Os starters a espingarda tinham várias vantagens sobre os outros sistemas de partida. A partida elétrica necessita de baterias grandes, pesadas e muitas vezes problemáticas para serem transportadas a bordo. Já o sistema Coffman era mais leve e compacto do que qualquer outro. Não necessitava de equipamento auxiliar especial, uma característica importante quando se trabalha em áreas remotas.

Entre as principais desvantagens, está a necessidade de manter um estoque de cartuchos, sendo um para cada tentativa de dar partida, além do curto tempo que o motor tem de giro por cada cartucho. A marca Coffman foi muito comum durante os meados de 1930 e 1940. O nome foi usado como uma descrição genética. Os avanços na tecnologia elétrica fizeram com que este sistema se tornasse obsoleto para a maioria dos usos.

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Andrews Claudino