Sempre vemos os hidroaviões como aviões belos e ao mesmo tempo estranhos. Com um grande casco de barco, ou com grandes flutuadores. Mas não é exatamente assim com o Sea Dart. Esse hidroavião acaba saindo de todos os padrões que conhecemos, e por ser um caça, ele chama muito a atenção, mesmo sem haver entrado em produção.
Em 1948, a Marinha dos EUA necessitou de um interceptador supersônico que pudesse operar em porta-aviões. Para a época, houve muito ceticismo quanto a um avião supersônico operar em porta-aviões de forma segura – até mesmo pela própria Marinha, que não só exigiu aviões supersônicos, mas também subsônicos que pudessem atendê-la de forma satisfatória.
O motivo para essas discordâncias quanto a um supersônico operar com segurança deveu-se principalmente às decolagens. Projetos antigos já mostraram necessitar de longas pistas para decolagens, e eles ainda necessitavam de altas velocidades para a aproximação, o que não era muito favorável para uma pista curta em alto mar, sem contar a estabilidade.
Em meio a tantos fatores problemáticos para esse fim, a Convair recebeu o pedido de dois protótipos no final de 1951. Antes de qualquer protótipo ter realizado algum voo de teste, doze já foram encomendados, mesmo sem nenhum armamento escolhido para eles. Muito menos houve um sequer que tivesse sido montado para experimentos.
O plano da Convair era manter suas aeronaves com quatro canhões de 20 mm, e uma bateria de foguetes não guiados. Durante a escolha do desenho da aeronave, suas asas deveriam lembrar uma delta com um casco resistente e esquis retráteis. Quando estacionário ou em movimentos lentos, o bordo de fuga das asas deveria tocar a água.
Sua motorização deveria contar com dois motores Westinghouse XJ46-WE-02, com suas entradas de ar montadas sobre as asas, para evitar a ingestão de água. O primeiro protótipo foi equipado somente com um esqui para experimento, o que provou-se funcional e muito útil. Eles permaneceram em testes com outras várias configurações até 1957.
Durante os testes, a aeronave equipada com motores mais potentes, o J46, voou abaixo de suas especificações. No entanto, mais tarde ela conseguiu atingir velocidades superiores a Mach. 1.0 durante um mergulho raso, tornando-se assim o único hidroavião supersônico até hoje. Porém, durante uma demonstração, um acidente ocorreu após o limite estrutural ter sido ultrapassado.
Durante esse tempo e até depois de outros voos testes realizados, a Marinha foi perdendo interesse no projeto. O acidente com uma das aeronaves em estado experimental acabou fazendo parte dos motivos. Todas as aeronaves que seriam produzidas foram canceladas. Mesmo os dois últimos protótipos finalizados nunca chegaram a voar.
- Sky Commuter: Melhor em torrar dinheiro do que qualquer outra coisa - 10/02/2015
- Antonov no Brasil, mais provável do que imaginamos - 09/02/2015
- Combate a incêndios: A tecnologia atual - 04/02/2015