Para que estas gigantescas máquinas possam ser propulsionados pelo mar com eficiência, é necessário que o motor seja uma coisa exageradamente potente.
Localizados na casa das máquinas, com cerca de 4 andares abaixo do nível do mar, estes motores mais modernos são propulsionados geralmente por 2 reatores nucleares, 4 turbinas a vapor e 4 motores a diesel. Claro que isso depende de cada classe, e até mesmo da “idade” do navio-aeródromo. Um exemplo é o nosso NAeL São Paulo, de 1957, equipado com duas catapultas, um convoo de 266 metros, velocidade máxima de até 32 nós e capacidade para 40 aeronaves de asa fixa e rotativas – tudo isso propulsionado por 6 caldeiras, 4 turbinas e 2 propulsores.
Nos porta-aviões, precisamos levar em consideração todos os pesos. O USS Theodore Roosevelt, que é um navio de grande porte da classe Nimitz, possui uma altura de um edifício de 24 andares (74 metros), pesando em torno de 97 mil toneladas, sendo que só sua estrutura em aço chega a pesar 60 mil toneladas.
Seu convoo mede 330 metros e sua âncora pesa modestas 30 toneladas, sendo que cada elo de amarra da âncora pesa em torno de 160 kg. Na parte de movimentação, as hélices pesam 30 toneladas cada, e o leme de direção em torno de 45,5 toneladas. Para as aeronaves, a quantidade de combustível que estes navios transportam é em torno de 3,3 milhões de galões, ou 12,5 milhões de litros.
Para finalizar estes exagerados números, os “pequenos” motores destes navios podem chegar a incríveis 280 mil cavalos de potência, isso tudo para conseguir fazer todo esse pesado navio se deslocar a uma velocidade máxima de 35 nós.
Estes motores não servem somente para gerar propulsão para estes navios, mas também são responsáveis por gerar eletricidade e manter em funcionamento uma usina de dessalinização, capaz de transformar 1.500 mil litros de água salgada em água potável. Para se ter uma ideia, esta quantidade de água é capaz de abastecer 2 mil casas.
Comparando estes motores com o sistema de motorização do NAeL São Paulo, os modernos porta-aviões nucleares não precisam ser reabastecidos regularmente. Estes motores podem manter em funcionamento um porta-aviões por até 20 anos sem reabastecimento. Porém, quando precisa ser reabastecido, o processo acaba levando vários anos, sem contar os riscos de um desastre nuclear no mar.
Resumidamente e para finalizar nossa série, estas máquinas são gigantescas, podem transportar muitos aviões e helicópteros por vários anos sem precisarem ser reabastecidos (ao menos no caso dos nucleares), e ainda, possuem um sistema de auto-defesa que pode ser eficiente até que cheguem os reforços. É uma verdadeira máquina de guerra que todo país precisaria ter.
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