Etrich Taube: O pássaro mais mortífero

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O Taube (“pombo” em alemão) foi a primeira aeronave militar a ser produzida em massa na Alemanha. Com um design um tanto quanto curioso, era perfeito para ser usado para o reconhecimento de territórios, mas também podia ser usado como bombardeiro, aeronave de instrução e até mesmo como aeronave de combate ar-ar. Ele realizou seu primeiro voo em 1910, e se tornou muito popular antes da Primeira Guerra. Também foi usado por forças aéreas italianas, austríacas e húngaras. E se você algum dia já se perguntou qual foi o primeiro avião no mundo a lançar uma bomba, a resposta é o Taube.

No dia 01 de Novembro de 1911, o aviador italiano Giullo Gavotti lançou a primeira bomba da história a partir de seu Taube, sobre o oásis de Ain Zara, na Líbia. Durante seu voo, Giullo estava equipado com uma pistola e granadas de 2 kg, e lançou as granadas precisamente contra alvos hostis em solo líbio. Desde o primeiro voo dessa aeronave, ela se mostrou muito estável, logo se tornando extremamente adequada para reconhecimento. Além disso, as asas translúcidas se tornaram muito difíceis de serem observadas a partir do chão, ainda mais com o Taube voando a mais ou menos 400 metros.

Além do ataque bem sucedido do italiano contra alvos terrestres, o Taube também foi utilizado para bombardear a Península Balcânica, e também quando os alemães soltaram pequenas bombas e panfletos sobre Paris. O Taube realizou bem seu papel de reconhecimento, ao detectar o Exército Imperial Russo avançando na Prússia Ocidental, na Batalha de Tannenberg durante a Primeira Guerra.

No uso civil, o Taube foi usado para competições, principalmente locais. Os competidores Gino Linnekogel e Suvelick Johannisthal, por exemplo, alcançaram um recorde de resistência ao permanecer voando por durante 4 horas e 35 minutos, sobre a Alemanha, dentro da mesma aeronave.

Pela Alemanha na Primeira Guerra, o Taube não foi bem sucedido no início do conflito, já que as unidades imperiais tinham somente dois Taube, que estavam parados em Qingdao, na China. Apenas um estava disponível para combate, já que o outro havia se acidentado. Em 1914, um Taube atacou os navios japoneses com pequenas bombas, mas nenhum dos ataques atingiu o alvo.

No mês seguinte, o mesmo piloto que atacou os navios japoneses foi designado para transportar alguns documentos secretos para Xangai, mas devido a um problema, teve que pousar em Lianyungang, em Jiangsu, onde foi capturado. Logo em seguida, foi resgatado por civis locais, e sob a direção de um missionário americano, os documentos chegaram a Xangai.

Por conta de sua velocidade máxima de 100 km/h, alcance de 140 km e teto de 2.000 metros, o Taube se mostrou muito vulnerável contra aeronaves inimigas mais rápidas. Como seu histórico é favorável no período Pré-Guerra, ele trouxe boas impressões, mas devido ao seu problema de vulnerabilidade, ele durou somente seis meses em uso durante a Guerra, e logo foi retirado da linha de frente, passando a ser usado para instrução de novos combatentes.

Andrews Claudino