F-18 super hornet

Proveniente da terra do Tio Sam, o F-18 era o concorrente mais importante na corrida do projeto FX-2, e o mais polêmico também, ficando à frente de quase todos os outros modelos. Ele realmente deve ter pairado muito sobre os pensamentos da FAB. No entanto, era uma aeronave muito cara e com uma jogada política que transcendia a real necessidade do Brasil. Olhando por esse ponto dele não ter sido escolhido é que realmente posso ver que a escolha foi justa, real e operacional.

Mas falemos um pouco do Super Hornet. O F-18 é uma aeronave de interceptação e também de ataque solo construída pela Boeing. Esse por acaso é o ramo mais lucrativo da empresa, segundo relatórios de trimestres passados. É construído com um material que não existe em nenhum outro país, nem em região alguma do globo, somente nos EUA. Mas que material seria esse? Simplesmente ele é construído com a experiência do país que mais entrou em guerra na história moderna mundial, os Estados Unidos da América. Lá, o F-18 risca os céus desde 1999, compondo a frota da marinha americana, que apesar de tentar por diversas vezes, não conseguiu adaptar os F-22 às suas operações. Ele substituiu os antigos e venerados Tomcats F-14.

Existem na realidade duas versões do F-18, um Hornet e o seu posterior Super Hornet – este, por sua vez, adaptado para operar na Marinha, sendo maior, mais potente e incrivelmente semelhante a olhos não treinados. A aviônica dessa aeronave é que levantava toda a questão: como todos os outros modelos, ele não deixava a desejar em absolutamente nada. Ele possui os melhores modelos de radares, inclusive com leitura ativa, podendo travar alvos múltiplos e feito para atacar antes de ser percebido, com o sistema de mísseis “fire-and-forget” (atire e esqueça). Mas toda a polêmica se embasava no fato de que novamente o Brasil, um país independente, ficaria totalmente escravo dos EUA para, se liberado, utilizar todas as funções do caça. As informações sobre ele seriam, provavelmente, filtradas pelo governo norte-americano, como acontecia com o sistema SIVAM/SIPAM, que era um sistema que protegia a Amazônia, mas toda a tecnologia e informação passava pelos EUA antes de chegar a nós. A história simplesmente não poderia se repetir.

Avaliando todos o modelos de forma modesta e de certa forma leiga, no sentido de que sou um piloto civil, eu acredito sim que fizemos uma boa compra, sendo esta totalmente voltada aos interesses exclusivos do nosso país, sem tendências nem acordos aparentes. O Gripen vai nos servir por no mínimo 30 anos sem apresentar fadiga. Estaremos à frente de muitos países e longe de uma escravidão tecnológica, ou pelo menos assim espero que seja. Até lá, é aguardar e confiar na decisão do Força Aérea Brasileira, nada leiga, diferente de mim.

Eduardo Mateus Nobrega
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