First Flights: Dassault Mirage III

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Hoje é aniversário de um dos caças mais famosos da França. Completando 58 anos do primeiro voo hoje, o projeto Mirage cresceu a partir de estudos do governo francês no ano de 1952, que levaram à criação de um interceptador leve, capaz de cruzar 59.000 pés em seis minutos e ainda conseguir atingir Mach 1.3 em cruzeiro.

Em resposta, a Dassault respondeu às especificações com o Mystére-Delta 550, um jato pequeno alimentado por dois motores Armstrong Siddeley MD30R Viper, capazes de gerar 2.160 lbf e de chegar a 3.300 lbf com o pós combustor. A aeronave não possuía cauda e sua configuração era em delta.

Essa configuração tinha uma série de limitações. A falta de um estabilizador horizontal resultava numa maior corrida para decolagem, e também em uma alta velocidade para o pouso. A própria asa delta limita limita a capacidade de manobra, sofrendo um pouco em baixa altitude devido à grande área da asa.

O delta tem suas vantagens, perto das asas comuns: é um projeto simples e agradável, de fácil construção e robusto, dando boa capacidade em alta velocidade e em linha reta, com muito espaço para o armazenamento de combustível. O primeiro protótipo do Mystère-Delta sem pós-combustão com um grande estabilizador vertical voou pela primeira vez em 1955.

Alguns protótipos foram criados e nomeados como Mirage I, e outros como Mirage II. A principal mudança dizia respeito à motorização. O novo design que surgiu foi nomeado de Mirage III. Ele conseguiu atingir o Mach 1,52 em seu 10º voo, passando a ser equipado com difusores de choque operados manualmente.

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Ele foi literalmente um sucesso: sua versatilidade de produção e design possibilitaram que várias unidades pelo mundo inteiro pudessem utilizá-lo como aeronave para treino, reconhecimento e de ataque ao solo. Ele foi vendido para muitas forças aéreas, e permaneceu em produção por mais de uma década. Atualmente, a Força Aérea do Paquistão é a maior operadora, com 75 exemplares ainda em serviço. O Mirage III também foi o primeiro projeto europeu de aviões de combate a ultrapassar o Mach 2 em voo reto horizontal.

O Brasil encomendou 17 unidades em 1970, sendo 13 do modelo Mirage IIIEBR, e 4 modelos IIIDBR que foram entregues entre Outubro de 1972 e Maio de 1973, recebendo a denominação de F-103. Os caças Mirage III pertenciam ao 1º Grupo de Defesa Aérea (1º GDA), localizados na base de Anápolis, em Goiás. Permaneceram em operação até 2005, com mais de 67.000 horas de voo e 33 anos de operação, sendo substituídos pelos caças Mirage 2000.

Andrews Claudino