Formação de Piloto de Planador – Voo 05

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Boa! :)

Depois de uma semana de “folga” dos planadores por conta do feriado, onde acredito que muitos viajaram e não obtivemos contingente para as operações nos dias deste, eu, Carlos Eduardo Damasceno retomo as operações desta coluna de Formação de Piloto de Planadores com o 5º relato.

Chego com boas novas! Foram autorizadas pela diretoria do clube operações de quinta e sexta-feira, o que ajuda muitos e principalmente eu que vou poder voar de sexta e sábado. Portanto, mais relatos vem aí!!!

Nessa semana estava me programando para já voar na sexta-feira, porém a notícia de que teria que ir jurar à bandeira do Brasil não permitiu isto e tive que me contentar somente com a operação de sábado.

No dia em questão levantei cedo para não ter erro e não atrasar, cheguei pontualmente às 8h00min na sede e por incrível que pareça fui o último. Não estava sabendo mas iria ter uma palestra e foi combinado para chegar 7h30min para agilizar a operação, mas mesmo assim não perdi muito da aula.

As palestras falaram sobre F.O.D (Foreign Object Damage) que fala sobre danos causados por objetos desconhecidos nas imediações do aeroporto. Safety, onde foi discutido condições dos tripulantes em relação ao voo como stress, arrogância, falta de confiança e vários aspectos. E por fim prevenção contra drogas e uso abusivo de álcool onde obviamente foi discutido que males esses entorpecentes causam à sáude das pessoas, com focos aos tripulantes de aeronaves e o que podem ocasionar no voo. Aulas muito proveitosas e interessantes.

Depois de cerca de 2h de palestra fomos retirar as aeronaves do hangar, agora temos dois planadores modelo Puchacz (PT-PZA e PT-PPD). Fizemos cheque externo e interno pré-voo e fomos para o briefing.

Para este sábado era previsto vento soprando para a pista 36 quase o dia todo com possível mudança para 18 no final do dia, no momento do briefing a pista 18 era a que estava em uso. 5 alunos e 2 pilotos para voar sem pax (passageiros em voo panorâmico) para esse dia.

Feito o briefing a Quantum (substituta do Buggy), a Tobata com mais 3 direcionando o PT-PPD foram para a cabeceira 18 enquanto eu e mais um aguardávamos futura ajuda para transportar o PT-PZA. No meio do trajeto do PPD o vento mudou e a torre nos mandou para a cabeceira 36; como estávamos mais perto e a ajuda já havia chegado, fomos empurrando na mão até a 36, com o PPD logo atrás.

Arrumamos tudo e já iniciamos a operação, era cerca de 12h15min. Eu era o sexto a voar, e com dois planadores, era como se eu fosse o terceiro. Então, rapidamente, às 13:35 o PZA já havia sido “entregue”.

Entrei, fiz cheque interno pré-voo novamente junto com meu instrutor, repassamos a série daquele dia (terceira série). Iriamos fazer decolagem, coordenação de primeiro e segundo tipo (já havia feito antes, tranquilo!), stall de primeiro tipo (fiquei com um pouco de medo hehehe), curvas de grande inclinação e entrada em térmicas (já estava tranquilo com essa depois daquele dia em Rio Claro – Voo 02).

Fui instruído para a decolagem e enquanto o rebocador alinhava, a corda era engatada e esticada, fizemos o cheque de cabeceira. Corda esticada, fizemos sinal de prontos, e com decolagem autorizada pela TWR iniciamos rolagem, controlei pedais e aileron com constante ajuda do instrutor. Com 80-85 Km/h tirei o PZA do solo, mas como estava corrigindo guinada com pedal o planador saiu meio torto em relação ao rebocador, mas nada grave.

Prosseguimos no reboque, já estava utilizando um pouco de compensador. Desligamos em 600 metros após cheque para desligamento (verificar frente e lado esquerdo livre, puxar desligador, verificar a corda desconectou e curvar à esquerda) após isso, para aproveitar a altitude já começamos a fazer o stall.

O instrutor fez um para demonstração enquanto falava o procedimento. Como não temos nem horizonte artificial e nem referências na fuselagem, a inclinação é feito no “feeling”, inclinamos cerca de um 8-10º matando velocidade e puxando o manche para manter inclinação, até que ele chega no batente e a velocidade atinge 40Km/h. Imediatamente as asas e a fuselagem tremem muito, aliviamos o manche e o nariz cai. Durante a manobra ele já tende a cair bastante. Até que foi tranquilo!

Fizemos uma sequência de 4 manobras e atingimos 500 metros. Havia uma térmica muito próxima onde rodamos até chegar novamente nos 600 metros. Fiz mais um stall para confirmar o conhecimento e fui aprovado.

Passamos para curvas de grande inclinação, onde perdemos bastante altitude então aproveitamos a situação dos 600 metros e o fizemos. Novamente o instrutor entrou um uma curva e pediu para eu manter a inclinação, depois ordenou para desfazer.

Rodamos uma térmica que achamos e subimos para 550 metros. Agora me foi pedido para entrar na curva e manter inclinação. Senti um pouco de dificuldade para entrar na curva pois estava com medo de entrar muito. Mas logo peguei o jeito e fui aprovado.

Já estávamos em 480 metros, começei a procurar térmicas mas não obtivemos sucesso. Com 400 metros de altura ingressamos e acusamos na curva de espera, aguardamos o pouso de tráfego na curta final.

Reportamos ingresso na perna do vento da 36 como solicitado pela Torre. Nesse ponto o instrutor me disse que eu faria o pouso, com sua ajuda obviamente, e ele cuidaria do freio aerodinâmico.

Chegamos bem alto para poder garantir o pouso. Seguindo procedimento padrão dessa aeronave, nariz pra baixo, manter 110Km/h. Cruzamos a cabeceira em altitude segura e a partir de agora só corrigir as tendências usando profundor e leme, nada de aileron!

Do mesmo modo que fiz na decolagem, na hora do toque eu estava corrigindo com o leme e tocamos meio torto e deu um tranco, também foi culpa do catrapo que dei na pista hahaha!

Enquanto transportávamos a aeronave para a cabeceira o instrutor avaliou a aula, me disse que fui muito bem no stall, curva de grande inclinação, entrada e giro em térmica, voo em curva e no reboque. Não treinamos coordenação por falta de altitude, mas ele sabe que já estava safo por ter feito essa manobra comigo no último voo. Ele me disse que eu tive um pouco de dificuldade no voo reto (acreditem, é mais dificil que voo em curva!!!). Sobre decolagem e pouso, foram bons mas deveria tomar cuidado ao sair e tocar o solo, não deveria estar corrigindo e sim com os comandos neutros, a não ser de profundor.

Mais 7 pessoas voaram depois de mim, alguns sócios e alunos que voaram novamente. Fizemos o de-briefing e sem nenhum reporte fomos liberados.

Mais um voo para a C.I.V. de Planador. Voo de 26min, agora com cerca de 2h10 min de voos totais. Rumo às 12 horas para o solo e 15 pro cheque.

Espero que tenham gostado, vejo vocês nos céus, aeroportos, no Canal Piloto ou no meu blog.

Um abraço e bons voos

Carlos Eduardo Damasceno

Alexandre Sales
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