Gol amarga novo prejuízo: R$ 751 milhões

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Nessa terça-feira (14), as ações da Gol despencaram após a companhia anunciar um prejuízo líquido de R$ 751 milhões de reais e revisar para baixo as projeções desse ano.  Na mínima do dia, as ações da companhia aérea caíram 13,3%, sendo negociadas a R$ 9,50. É a maior queda em um dia desde setembro de 2008, no auge da crise financeira.

“Apesar de a Gol estar realizando iniciativas positivas para controle de custos, o impacto do câmbio na rentabilidade não pode ser ignorado. Esse cenário difícil combinado com mudanças na administração, o recente rali nas ações e o fato de o CADE ainda não ter aprovado a fusão com a Webjet nos mantêm cautelosos”, explicam os analistas econômicos Stephen Trent e Raian Santos.

O prejuízo foi quase o dobro do visto no ano passado, de 358,7 milhões de reais. Porém, vários analistas financeiros estimavam, em média, prejuízo líquido de 292,1 milhões de reais no segundo trimestre. As contas da GOL foram corroídas pela combinação de maiores despesas com tarifas aeroportuárias, custos com combustíveis e a alta do dólar em relação ao real. Apenas o dólar gerou perdas de 658 milhões de reais, ou seja, aproximadamente de 92% do prejuízo trimestral.

Paulo Kakinoff, novo presidente da empresa, afirmou que o balanço reflete “a combinação mais adversa de fatores registrada em nossa série histórica”. Além disso, a geração de caixa da empresa voltou a ficar negativa (-354,6 milhões de reais) apesar dos esforços para conter os custos.

A própria Gol admitiu o cenário desafiador para o restante desse ano, mesmo enxergando espaço para melhora em suas operações. “O segundo semestre vai ser melhor, mas não muito”, afirmou Kakinoff. A empresa espera agora terminar o período com uma margem operacional negativa, além de uma demanda menor no mercado doméstico e também da oferta de assentos.

“Os resultados do segundo trimestre foram fracos, mas operacionalmente em linha. O lucro líquido foi afetado pelo câmbio. Entretanto, com o pior para trás de nós, a melhora no segundo semestre parece promissora com um ambiente competitivo racional e a reorganização da administração”, ressalta a analista financeira Nicolai Sebrell.

Por Antonio Ribeiro

Renato Cobel
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