Hidroaviões

A primeira pergunta quando se pensa nesse tema é: pra que realmente fazer um avião pousar na água? O primeiro hidroavião foi projetado pelo Francês Alphonse Pénaud por volta de 1873, no entanto, nunca foi construído. Em 1910, um também francês Henri Fabre construiu e realizou o primeiro voo desse tipo de aeronave, e no mesmo ano ela foi utilizada para o transporte de passageiros, pela simples justificativa de que, uma vez visual com um rio calmo, o piloto tem milhares de metros de uma pista livre e utilizável ao seu dispor.

Existem na realidade dois tipos de hidroaviões: os que possuem flutuadores – onde estes substituem os trens de pouso ou os incluem dentro dos mesmos, já se classificando como anfíbios – e os que a própria fuselagem faz o papel dos flutuadores. Ambos foram e são altamente utilizados, principalmente durante a segunda guerra e em regiões isoladas, onde o pouso e decolagem de rios e lagos é algo bem mais possível e seguro.

Falando em guerra, os hidroaviões foram decisivos em algumas batalhas na Segunda Grande Guerra, pois eram utilizados para reconhecimento vasto e, uma vez com pouco combustível, pousavam no mar e aguardavam o reboque após passarem a informação de sua localização. Era algo realmente eficiente e que fez a diferença, pois na guerra informação era tudo e os hidroaviões a tinham.

Na aviação civil os hidroaviões não foram muito bem sucedidos. O desenvolvimento no projeto dos aviões terrestres, e a grande quantidade de pistas construídas durante a Segunda Guerra Mundial, tornaram completamente obsoleto o transporte aéreo de longo curso com hidroaviões. As grandes companhias aéreas confiavam mais nos aviões baseados em terra, de projeto moderno. As companhias menores beneficiaram-se dos aviões excedentes de guerra, que constituíam uma excelente oportunidade de aquisição a baixo custo.

Durante a história da aviação houve vários projetos mirabolantes envolvendo hidroaviões. Esse modelo de aeronave despertava muita curiosidade dos entusiastas, pois tinha a grande vantagem de se assimilar com o meio de transporte mais eficiente da época. De certa forma, até os dias de hoje, faz-se interessante estudá-lo. No entanto, pára por aí o interesse, pois seu custo de produção se faz muito maior do que qualquer outro tipo de avião, em função do trabalhoso projeto da fuselagem.

Durante essa semana, esse será nosso tema principal. Discutiremos singelamente tudo que envolva os hidroaviões, procurando sempre entender suas principais vantagens e desafios, como também, pensar em possibilidades a exemplo da simples pergunta: E se as aeronaves comerciais fossem hidroaviões? A resposta imagino que não seja igualmente simples, e esse será nosso desafio. 

Eduardo Mateus Nobrega
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