Inspeção e Manutenção

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O desafio das companhias aéreas nos dias de hoje é manter a segurança, e com isso, obter baixos custos de manutenção e consumo. A exemplo disso, temos o que ocorreu com a TAM ainda neste ano, quando a empresa passou a simplesmente lavar os motores e, com isso, economizou mais de 8 milhões de reais. Segundo a companhia, isso gerou uma economia anual de 3 milhões de litros de combustível, um dos principais custos das companhias aéreas.

Para lavar o motor das aeronaves, mecânicos treinados e habilitados usam um equipamento desenvolvido especialmente para este fim, e injetam água a uma temperatura média de 70ºC nos compressores, conforme explica a empresa. Esse jato d’água remove partículas de sujeira, que se acumulam a cada voo. Essa ação, segundo a TAM, diminui a temperatura de operação do motor, melhora seu desempenho e reduz o consumo de combustível. Para que a manutenção ocorra com segurança, devem-se prover também locais adequados, de modo que o trabalho seja protegido dos elementos atmosféricos, da poeira e do calor, e os executantes estejam protegidos de condições físicas e ambientais.

Isso tudo é um claro exemplo de que a manutenção desses motores deve ser considerada como preventiva, de modo a proteger a turbina de condições impróprias de funcionamento. Mas a proteção e a manutenção dessas condições não vão garantir uma operação sempre livre de falhas. Em determinados motores, a abertura completa da turbina e a verificação de certos itens precisam ser periódicas. Somando-se então a condições adversas, essas inspeções são ainda mais constantes.

Existe uma grande diferença entre a manutenção propriamente dita, e a inspeção periódica e obrigatória. Apesar de fazer parte do conceito de manutenção, atestar a atividade de inspeção requer lançamentos e registros diferentes dos outros itens de manutenção – manutenção preventiva, recondicionamento, modificações e reparos –  como dita o RBHA 43.11. Então, outra característica da manutenção de motores reativos, diferente da manutenção em motores convencionais, é que nela estão inclusas centenas de inspeções obrigatórias, mesmo estas fazendo parte do conceito geral de manutenção.

Para ilustrar o que temos falado, podemos usar a figura de uma pirâmide. Dessa forma, conota-se a base dessa pirâmide por inspeções e manutenção preventiva, mantendo-se assim uma base firme e estável. É mais difícil que o problema atinja o topo da pirâmide, e seja preciso uma manutenção corretiva posteriormente.

Durante o restante da semana, vamos observar os passos da manutenção corretiva, perceber o que mais é levado em conta nesses motores, e como os procedimentos diferem dos realizados em motores convencionais.

Eduardo Mateus Nobrega
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