Jean Batten: Mais que uma aventureira, uma pioneira na aviação

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Jane Gardner Batten nasceu em 15 de Setembro de 1909, em Rotorua, Nova Zelândia.

Sua história como aviadora começa no final de 1920, realizando seus primeiros voos aos 12 anos. Sua mãe, Ellen Batten, com quem Jean mantinha uma estreita relação ao longo de sua vida, sempre a incentivou nesta nova ambição.

Em 1929, Ellen levou Jean para Sydney, Austrália, onde apresentou sua filha ao aviador Charles Kingsford Smith, a fim de manter sua filha em sua nova trajetória.

Um ano mais tarde, Jean partiu para a Inglaterra com sua mãe, e por lá, começou a voar no Aeroclube de Londres. Com sua primeira licença adquirida em dezembro, começam a surgir os primeiros desafios. Entre eles, conseguir um patrocínio que financie sua licença de Piloto Comercial. Para isso, Batten conseguiu dinheiro emprestado de um jovem piloto da Nova Zelândia, Fred Trumam, que sempre quis se casar com ela.

Após adquirir sua licença de Piloto Comercial em dezembro de 1932, Batten passou a levantar dinheiro tirando proveito de suas relações com os homens – um tema que a acompanhou ao longo de sua carreira de piloto.

Em 1932, fez duas tentativas de voar da Inglaterra para a Austrália, fracassando em ambas. No entanto, em 1933, ela completou com sucesso a tão desejada viagem, acompanhada de sua “mascote”, um gato preto que ela nomeou de Buddy.

Em 1935, tornou-se a primeira mulher a voar com sucesso sobre o Atlântico Sul, realizando a travessia da Inglaterra até o Brasil em 61 horas. Foi assim condecorada com a “Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul”, uma ordem brasileira da cavalaria, fundada pelo Imperador Dom Pedro.

Em 1936, Batten foi mais ambiciosa ainda e realizou o primeiro voo direto da Inglaterra até a Nova Zelândia, onde passou o resto do ano. Em fevereiro de 1937, ela voltou para a Austrália. Poucos meses depois, terminou seu último voo a longa distância, da Austrália para a Inglaterra.

Em toda sua vida, Batten teve total atenção do público, apesar de sempre haver rumores sobre sua vida amorosa, já que nunca se casou. Sempre voou sozinha ou com sua mãe, que veio a falecer em 1966. Após isso, Batten mudou-se para a ilha de Tenerife, Espanha, e passou a realizar uma década de viagens pelo mundo, tendo como base o aeroporto de Tenerife. Decidiu deixar a ilha no início de 1982, passando a viajar e morar com uma editora na Inglaterra. Aparentemente infeliz com sua nova moradia, no entanto, Batten mudou-se novamente para Maiorca, Espanha.

Em uma carta datada de 08 de novembro de 1982, Batten informou à editora de seu novo endereço. Esta foi a última vez que alguém ouviu falar dela. Seu paradeiro permaneceu desconhecido até setembro de 1987, quando foi revelado que ela havia morrido em Maiorca, em 22 de novembro de 1982. Batten havia sido mordida por um cão, e depois de se recusar a fazer um tratamento, acabou morrendo de abscesso pulmonar. Em 22 de janeiro de 1983, Batten foi enterrada em uma vala comum como uma “indigente”.

Andrews Claudino