O motor a reação foi primeiramente projetado para ser uma motor simples e potente. Dessa forma, a própria manutenção investida neste tinha o conceito simples. Poucas peças móveis, movimentando-se em um só sentido, facilitam a manutenção desses motores. Os motores a reação apareceram de forma mais expressiva ainda durante a Segunda Guerra Mundial. A corrida armamentista impulsionou desenvolvedores de diferentes países a empregar esse tipo de motorização pela primeira vez em uma aeronave.
Dessa forma, foi possível levar a um outro patamar a aviação, e a própria evolução da tecnologia dos motores. Mas um grande desafio também surgiu com a inclusão do motor a reação na aviação: garantir o mesmo nível de confiabilidade e segurança que existia nos motores convencionais. Os motores a reação, ou simplesmente motores a jato, estão presentes em praticamente todas as companhias aéreas. Eles vão desde os populares e econômicos motores Turbofan, passando pelos modelos Turbojato e Turbohélices. Em empresas que trabalham com helicópteros, encontramos ainda os modelos Turboeixo.
Apesar da grande variabilidade de modelos, sua consistência é uma só: Aproveitar o máximo possível de energia calorífica proveniente da queima do combustível, e utilizá-la no impulso de rotação da turbina, ou parte ativa do motor. Dessa forma, é possível termos problemas comuns e necessidades comuns em todos os modelos, diferindo apenas detalhes quanto à forma de aproveitamento da energia. A partir do momento em que se tem um padrão nesse aspecto, podemos então falar da manutenção de motores reativos de uma forma mais geral, sem nos prendermos a especificidades de modelos.
O ponto mais importante na manutenção desses motores é a manutenção preventiva. Isso mesmo: para um motor a reação, a manutenção preventiva fomenta muito mais sua qualidade e segurança de operação do que uma manutenção extensiva, onde todo o motor é aberto para verificação. Isso ocorre porque a abertura e movimentação das peças dentro de uma turbina é muito difícil e arriscada, diferente de um motor convencional, onde até as folgas de determinadas peças são milimetricamente propositais. Assim, convém muito mais garantir as condições perfeitas de operação desses motores do que corrigir as falhas por falta desta.
Uma velha brincadeira que os engenheiros e mecânicos costumam fazer com esses motores é citar que eles são como suas namoradas: “O melhor, na verdade, é deixá-lo contente e equilibrado. Isso vai evitar uma série discussões, e não vai te dar prejuízos posteriormente”. Salvo algumas eventualidades, isso se faz totalmente verdade pelo que acabamos de falar: garantir a perfeita operação dos motores a reação, bem como o seu correto uso, vai reduzir gastos e prejuízos com uma aeronave parada na manutenção. Então, em outras palavras, uma boa manutenção desses motores consiste em justamente “evitar” que eles precisem passar pela revisão antes do tempo certo.
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