Mulheres na aviação

Em toda a história da humanidade a mulheres sempre lutaram por terem direitos e reconhecimento iguais aos do homem, de modo que a relação com a ideia do trabalho, ou mesmo de uma atividade a parte daquelas que sempre foram comuns ao sexo feminino realizar, era tida como uma sublevação a hierarquia social. Mas o que essa ideologia tem a ver com a aviação? Se pararmos para pensar no estereótipo de um piloto, nossa resposta não pode ser diferente de tudo.

A relação da mulher com a aviação enfrentou tantos obstáculos que somente a menos de uma década foi possível um representante do sexo feminino adentrar como piloto na Força Aérea Brasileira. Durante o último século toda e qualquer relação da mulher com a aviação foi tida de forma pioneira, ou seja, tudo foi novo e a reação da sociedade nem sempre a melhor. Alguns textos chegam a relatar a presença da mulher na aviação como ‘’ uma verdadeira guerra fora dos céus, pelos céus’’.

O mais interessante é que quase um século se passou desde a primeira presença feminina na aviação, mas como disse antes, cada passo e cada conquista é dada como algo ‘’pioneiro’’, como se jamais tivesse sido feito antes, e por ser uma mulher realizando a mesma tarefa feita por um homem, se torna esta então diferente e especial. Não enxergo essas limitações e barreiras do tempo como um preconceito, mas sem dúvida cada sucesso e cada fracasso da mulher na aviação foi muito atentamente observado e julgado pelo meio aeronáutico.

O sexo feminino se destacou de forma ‘’pioneira’’ em diversas áreas da aeronáutica, temos dezenas de exemplos na história, inclusive do Brasil, de mulheres que foram as primeiras em diferentes áreas da aviação. Em 1922 a Brasileira Anésia Pinheiro foi a primeira mulher a receber o brevet pelo Aero Club do Brasil, e nesse mesmo ano realizou um voo interestadual entre São Paulo e Rio de Janeiro em comando de um monomotor Caudron G3, apelidado de Bandeirante. A mais famosa ‘’pioneira’’ da aviação talvez seja Amélia Earhart, primeira mulher a se aventurar a transpor em voo e sozinha a distância que separava dois continentes sobre o Oceano Atlântico. Amélia desapareceu em voo sobre o oceano pacífico em 1939.

Perceba que as tarefas já não eram impossíveis de serem realizadas nem muito menos inimagináveis pela tecnologia da aviação daquele tempo, mas pelo fato de serem mulheres e estarem se aventurando num céu dominado por pilotos homens, fez com que até mesmo o próprio voo fosse dado como uma tarefa nunca ates realizada. Esse vai ser nosso assunto essa semana, o intuito não será apenas observar o ‘’pioneirismo’’ das mulheres, mas sim os impactos que sua perseverança e cada voo realizado de fato fizeram para chegarmos na aviação que temos hoje.

Eduardo Mateus Nobrega
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