Hoje em dia, o cenário que vemos da mulher no campo de trabalho é muito diferente. Essa diferença foi conseguida num pequeno espaço de tempo, no entanto, o mesmo adjetivo não pode ser dado à luta que as mulheres precisaram ter para garantirem seu lugar nas diferentes frentes, fosse na aviação ou em qualquer outra atividade. Já na história do Brasil, a mulher passou a compor mais ativamente os postos de serviço após 1932, onde foi criada a primeira versão do Código de Trabalho. Nessa época, aconteceu a união de mulheres para cobrarem mais direitos em forma de sindicatos.
O que tudo isso tem a ver com a aviação? O cenário atual da mulher na aviação tem tudo a ver com o trabalho, porque se antes a luta era pra ser reconhecida e aceita, hoje em dia a luta é contra o preconceito e discriminação, que por incrível que pareça, a mulher ainda sofre pelos próprios usuários do serviço aéreo. O mais lógico seria sofrer isso de colegas ou outros profissionais, mas na realidade, a mulher que voa hoje passou a ser mal vista antes mesmo do embarque pelos passageiros. Foi o que aconteceu no lamentável caso de um homem que se negou a embarcar e voar numa aeronave onde uma mulher fosse a comandante do voo.
De fato o homem não era obrigado a embarcar, mas o argumento de incapacidade da comandante de estar ali, meramente por ser mulher, foi o que a levou a tomar a decisão de pô-lo para fora da aeronave, através da presença da Polícia Federal – decisão essa aplaudida e apoiada pelo restante dos passageiros, e acredito que pelo Brasil. Exemplos de casos como esse, além de serem desagradáveis, mostram o quão distantes estamos ainda de uma realidade de igualdade social. Infelizmente, ainda existem pessoas que acreditam na inferioridade feminina, e na incapacidade desta de realizar tarefas antes dominadas somente por homens.
Atualmente, as empresas aéreas já destinam cargos e vagas especiais para mulheres, desde a função de despachante até a de comandante de uma linha internacional. A Azul, inclusive, investiu na caracterização das aeronaves que operam com tripulação inteiramente feminina, pintado as aeronaves de rosa ao invés de azul, cor padrão da companhia. Essa atitude, sem dúvida, chamou a atenção dos passageiros, mostrou que a mulher tem respeito e é estimada até mesmo pela companhia naquele posto de trabalho.
continuaremos vendo com um olhar mais atual o antigo desafio que a mulher carrega para se consolidar de fato nas diversas atividades e mais particularmente na aviação, sem claro esquecer todo o caminho no ar que ja fora previamente aberto pelas ”pioneiras” ainda no início da aviação.
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