Por séculos, a comunidade judaica dos Falashas viveu na Etiópia. No final dos anos 80, durante a guerra civil que havia se estabelecido no país, eles passaram a correr sérios riscos.
Ciente dos riscos que esta comunidade estava correndo, Asher Naim, embaixador de Israel na Etiópia, mediante a muitas negociações com o ditador Mengistu Haile, conseguiu que fosse permitida a saída dos Falashas rumo a Israel.
Com o passar do conflito interno na Etiópia, o país acabou virando “terra de ninguém”, tornando assim a situação mais perigosa. Israel viu que precisava agir com extrema velocidade para realizar o “resgate”.
Assim, uma frota de aeronaves militares e civis foram mobilizadas para se dirigirem a Adis Abeba, onde estavam os judeus etíopes, antes que a cidade fosse tomada pelos rebeldes.
No total, foram utilizadas 36 aeronaves para o resgate, sendo elas 27 militares (18 Hércules C-130 e 9 Boeings 707), e 9 civis da El Al (3 Boeings 747, 4 Boeings 767 e 2 Boeings 757). Devido à delicadeza da situação, e como tinham somente uma chance para realizar tal resgate, todas as aeronaves da El Al designadas para essa missão foram descaracterizadas, e devido à necessidade de alocar um enorme número de pessoas nas aeronaves, todas foram convertidas para a versão cargueira.
Quando um dos 747 pousou em Adis Abeba, o comandante tinha intenções de embarcar 760 pessoas, mas pelo estado em que todos os refugiados estavam, bem desnutridos, ele autorizou o embarque de mais gente. Assim, em apenas 37 minutos, 1.120 refugiados foram embarcados. Como dois bebês nasceram a bordo da aeronave, o número se elevou para 1.122.
Todas as demais aeronaves levaram um número de passageiros muito acima do normal, também, mas nada comparado a este 747.
O fato é que toda esta operação acabou sendo concluída em 36 horas, transportando um incrível número de 14.325 Falashas, entre os dias 23 e 24 de maio de 1991.
Na época matriculado como 4X-AXD, este 747-258C foi entregue à El Al em 1975. Alguns anos mais tarde, foi vendido para a Hydro Air e matriculado como ZO-OOS. Infelizmente, este 742 se acidentou em 2003, em Lagos, na Nigéria.
[Sugerido pela leitora: Bruna Rafaela Bordignon]
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