O drama do N900KN nos céus americanos

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Na sexta-feira passada (05/09), várias pessoas puderam acompanhar o drama de um voo que começou por volta das 13:46. A princípio, a primeira informação que se sabia é que o NORAD (North American Aerospace Defense Command) informou via Twitter que caças F-15 estavam escoltando uma pequena aeronave, que havia perdido comunicação.

As informações indicavam que as janelas estavam completamente congeladas e que, provavelmente, ocorreu hipóxia com a tripulação. Para que isso ocorresse, a cabine sofreu perda de pressurização, o que retarda todas as ações dos tripulantes. Esse tipo de despressurização levou à inconsciência de todos que ali estavam.

A partir das informações iniciais, rapidamente foi descoberto que a matrícula da aeronave era N900KN, e que se tratava de um TBM-900. Logo em seguida, graças ao ADS-B, foi possível acompanhar o drama desse voo a partir do FlightRadar24 e do FlightAware, em tempo real.

Esse voo, registrado como N900KN nos radares, foi acompanhado por todos com a aeronave cruzando a ilha de Cuba, e como publicado na CNN, sem ideia de quanto combustível restava na aeronave. Cerca de 25 km afastado da Jamaica, a aeronave “congelou” e sumiu dos radares. No total, a aeronave voou 1.700 NM.

Um fato como esse, com uma aeronave de pequeno porte, ocorreu em 1999, com um Learjet 35 de matrícula N47BA, onde o golfista Payne Swewart estava a bordo. A aeronave estava a aproximadamente 46.500 pés. A partir da primeira interceptação, os pilotos do F-16 que o acompanhavam não notaram nenhuma avaria externa na aeronave, mas também não perceberam nenhuma movimentação de pessoas na parte interna.

Na segunda interceptação, mesmo com o pára-brisa muito escuro e com sinais de gelo aparentes, os pilotos do F-16 continuavam sem perceber nenhuma movimentação interna, nem na cabine de passageiros, nem na cabine de comando. Naquele momento, a aeronave já estava chegando a 48.900 pés.

Após abastecerem seus jatos e na terceira interceptação, os pilotos relataram avistar duas pessoas na cabine de comando, porém continuavam sem resposta. Havia gelo nas janelas e nas superfícies de comando. Nesse momento, a mídia estava especulando que os jatos militares estariam preparados para abater o Learjet. O porta-voz da USAF prontamente respondeu: “Eu não sei de onde veio isso”.

Após a queda, o Cockpit Voice Recorder (CVR) foi recuperado dos destroços. Com a gravação dos últimos 30 minutos do voo, foi possível ouvir que os motores foram cortados, indicando que o combustível havia se esgotado. Logo após, o piloto automático se desconectou automaticamente. Já com os motores cortados, a aeronave voou até atingir a velocidade mínima de estol.

A aeronave voou um total de 3 horas e 54 minutos e caiu na Dakota do Sul em um terreno relativamente plano, deixando uma cratera de aproximadamente 13 metros de comprimento, 6,4 metros de largura e 2,4 metros de profundidade. Por fim, concluiu-se nas investigações que a causa provável do acidente foi a incapacidade dos tripulantes prosseguirem voo pela retardo ao receber oxigênio, decorrente de uma perda de pressão na cabine, por razões desconhecidas.

Andrews Claudino