O Rafale

Nossa próxima aeronave a ser analisada na série desta semana é o francês Rafale. Ele seria o filho mais velho e provável sucessor dos Mirage 2000, que utilizamos atualmente. Como sucessor e projeto posterior, tudo nele foi melhorado. Tudo que havia no Mirage foi mantido, inclusive a característica de ser um caça polivalente – ou seja, servindo para várias funções desde ar-ar e ar-terra. Também houve muitas melhorias e acréscimos de tecnologia de quarta e quinta geração, tornando-o um caça à altura dos Sukhoi e F-18.

Falando de aviônica, o Rafale carrega muitas características presentes no Gripen NG, como mesmo sistema de radar múltiplo, e câmeras infravermelhas de alto alcance. Entretanto, tem como falha não dispor de um radar de leitura ativa, sendo esta somente passiva, diferente de todos os outros modelos.

Por razões óbvias, sem dúvida seria muito mais simples para nossos pilotos se familiarizarem com o Rafale, o que talvez enxugaria custos. Mas às vezes, o barato pode sair mais caro. Todo o treinamento do Rafale deveria ser feito na França, e como a tecnologia deste não seria transferida, esse treinamento ficaria limitado somente aos pilotos que o fizeram e iriam operá-lo, algo não muito bom para uma força aérea.

O Rafale, diferente do Gripen, vem em três versões bem moldáveis: C, B e M. Na versão M, somente um piloto é admitido no cockpit; na versão B, ele se torna biposto, com um auxiliar de radar e navegação atrás do piloto; e na versão M, é adaptado para operar na Marinha em porta-aviões. Esta última versão poderia nos ser útil futuramente, já que o Brasil tem investido nessa área também, e provavelmente, o Gripen venha também a ser adaptado para isso.

O principal problema do Rafale é o seu preço e custo operacional, no valor de € 64 milhões para a versão B. Apesar do Rafale ter sido projetado para ser um sucesso absoluto de vendas por todo o mundo, sua maior operação e encomenda foi dentro da própria França. Neste sentido, seu elevado preço e a concorrência de aviões considerados mais capazes tem mantido esse avião distante de outras forças aéreas, além da francesa.

Um ponto forte dessa aeronave é que ela suporta muito bem o combate como era feito antigamente: o combate sem radar, onde as manobras e destreza do piloto fazem realmente a diferença. Equipado com um Canard, este projeto de caça consegue realizar manobras com total controle e eficácia, mantendo-se sempre dentro de seus largos limites operacionais, que não raro tosam a capacidade de outros modelos de caça. O Rafale seria a opção perfeita, se o Brasil se situasse ao lado da França, e se seu custo fosse igual ou paralelo aos dos outros competidores.

Eduardo Mateus Nobrega
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