Russo, fazendo jus à fama e muito complexo, o Sukhoi-35 era um desafiante à altura do Gripen no impasse do projeto FX-2. Sendo uma aeronave dentre as minhas preferidas, se eu possuísse o poder da decisão, seria escolhida no lugar do modelo sueco. Muitos podem criticar minha não imparcialidade, mas vamos partir direto para as características dessa aeronave.
Todos nós sabemos que temos o privilégio de possuir um país quase continental, de extensão e valor imensurável quando se trata dos céus. Ter uma aeronave que possa manter uma hegemonia de alcance é obviamente uma necessidade. Um avião que tenha autonomia para ir de Brasília a qualquer ponto do Brasil para combater seria imprescindível, e é ai que entram o Sukhoi e sua principal vantagem sobre os outros modelos.
O Sukhoi-35 tem um alcance de 4.000 km – muito superior, portanto, aos outros competidores – sendo capaz de cobrir o território nacional a partir da nossa capital. Mas esse não é o único fator positivo do Sukhoi sobre os outros. Esta é uma aeronave que, quando totalmente carregada, seja de qualquer modelo de artefato, consegue, a partir dos seus seis níveis de radar, detectar o inimigo a 400km de distância. E quando o alvo já é conhecido, consegue atacar a cerca de 160 km. Ou seja, você poderá ser abatido sem ao menos saber quem o abateu. Assim, ele alcança uma versatilidade gigantesca, tornando-se muito agressivo. Ele tem praticamente tudo que o Gripen tem, mas moldado para o combate a longa distância, sendo este o forte do Sukhoi.
O Sukhoi possui um sistema bem diferenciado de controle de vôo. Parecido com o fly-by-wire, o fly-by-optics utiliza informações luminosas sobre a fibra ótica para transferir informações e comandos por toda a aeronave, fazendo-o um pouco mais leve. Todos os seus aviônicos são integrados a um sistema de controle por satélite baseado por rádio, de forma que a aeronave pode ser assistida de qualquer lugar do mundo. Um concorrente que não é considerado direto é o F-22 Raptor, que foi desenvolvido pela USAF, com um deslocamento superior e melhor alcance bélico, superando o Su-35 em todos os quesitos.
O Sukhoi é considerado uma aeronave fora da classe do Gripen, não podendo ao menos ser comparado. Mas como nossa situação exigia um estudo de opções, houve a necessidade de colocá-lo ao lado do Gripen, do F-18 e do Rafale. Muito se diz sobre essa compra. Críticos surgiram por todos os lados, com opiniões próprias. Houve até quem dissesse que seria uma grande e imensurável perda de dinheiro, mas a minha opinião – deixando um pouco de lado a imparcialidade – é que precisamos confiar no que foi decidido.
O Brasil tem os melhores engenheiros e pilotos do mundo – isso mesmo: em exercícios militares internacionais, os nossos pilotos fazem milagres inacreditáveis com as atuais aeronaves, e não ficam por baixo. Então, sem a menor sombra de dúvida, tudo foi muito bem pensado e ponderado da forma prática e teórica. Quanto aos gastos, acho que tudo ainda saiu muito mais barato do que outras atuais obras feitas no Brasil.
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