O abalroamento não era um simples ato suicida, com a finalidade de se sacrificar para garantir a morte do inimigo. Existia toda uma gama de técnicas. Uma delas era utilizar as próprias hélices por trás do inimigo para danificar as superfícies de comando. Esta era a técnica mais difícil de ser executada, mas era a única que garantia melhores chances de sobrevivência.
As ideias de colisões durante um combate se apresentam antes mesmo do homem realizar seu primeiro voo com aeronaves mais pesadas que o ar. No século XX, as ações de guerra aérea foram imaginadas por Jules Verne, dramaturgo, romancista e poeta. Em uma de suas obras de ficção científica – Robur the Conqueror, publicado em 1886 – apresentou uma máquina voadora mais pesada que o ar, voando até colidir contra uma indefesa aeronave mais leve que o ar, durante um combate.
No romance The Sleeper Awakes, Verne criou um personagem principal chamado Graham, que participava de um combate aéreo. Com seu aparelho, Graham colide de forma defensiva contra um dos aviões inimigos, fazendo-o cair. Em resposta, a segunda aeronave cessa seu ataque, com medo de ser abalroada em seguida.
Em 1909, o dirigível foi imaginado como um “navio de combate aéreo” por vários observadores, que escreveram sobre a possibilidade de se utilizar algo resistente, estendido no bordo de ataque, para atacar outros dirigíveis. Também aventaram a possibilidade de se lançar algo pesado, como uma âncora, a partir de um dirigível contra alvos terrestres, como edificações ou até mesmo navios.
Durante a Primeira Guerra Mundial, o primeiro exemplo conhecido de um ataque desse tipo foi feito em Zhovkva, pelo piloto russo Pyotr Nesterov, contra um avião austríaco em 1914. Esse incidente foi fatal para ambas as partes. O segundo abalroamento pode ser considerado um sucesso, já que não foi fatal para o atacante. Foi realizado em 1915 pelo russo Alexander Kazakov, um ás da aviação e piloto de caça russo de maior sucesso da Primeira Guerra.
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