Bem amigos do Canal Piloto.
Continuando nossa formação no curso, após ser aprovado em PS4: Mudanças de atitude, voltei ao aeroclube para fazer a manobra PS5: Curva de pequena e média inclinação, subidas e descidas em curva.
Acordei cedo, mas o horário de voo estava agendado para as 15:15h, fiz todo o procedimento de rotina, me dirigindo à rodoviária, desembarcando em Bragança e andando pela estradinha de terra. Apresentei-me para o voo com antecedência de 3 horas, para já aproveitar o almoço no Boteco do Ar. Comecei a comer salada depois do curso de piloto.
Enquanto aguardava a digestão, fiquei observando e estudando o manual até o horário de voo, as vezes a secretaria consegue antecipar o voo, mas não foi meu caso, e como digo: Sempre estude o manual, saiba tudo sobre a aeronave.
Enquanto aguardava resolvi fazer uma Hora de Nacele (voo mental dentro da aeronave); após o Nacele, aproveitei para tirar uma foto de uma aeronave que via pela primeira vez, me imaginei pilotando esse glorioso pelo céu a fora, de cara para o vento, literalmente. Tanto que o comando voava com aquele capacete e com óculos de aviador das antigas, muito lindo por sinal.
Na secretaria me informaram o nome do instrutor e a aeronave, era o mesmo Inva que tinha feito mudanças de atitude comigo, logo me senti mais tranquilo, pois já conhecia seu método de ensino e fomos para sala de Briefing.
Começamos a conversar:
Curva consiste em mudar a direção do voo, envolve coordenação dos três comandos, Aileron, Leme e Profundor.
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Curva de Pequena – Consiste em abaixa a asa um pouco abaixo da linha do horizonte, é uma curva bem leve, nem parece que está virando.
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Curva de média – a inclinação da asa é de 25º à 45º.
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Subidas e descidas em curva são feitos com curvas de pequena inclinação.
Terminamos o Briefing e fomos inspecionar a aeronave. Inspecionamos e deixei para checar óleo no final. Tudo em ordem fomos ao DAESP passar a notificação; enquanto caminhávamos eu fazia todas as perguntas que vinha na cabeça, tanto profissional, como pessoal para o instrutor, ele super atencioso e educado respondeu todas. Voltamos então à aeronave e fui me amarrando.
Fora a aeronave ter ficado embaixo do sol de 35ºC durante uns 40 minutos e o banco estar derretendo, eu estava bem tranquilo, ele diz: – Freado, cabrado, livre?
-Freado, cabrado e livre
Ele então foi girar a hélice, o motor acionou, tirou os calços, adentrou na aeronave, informamos a Rádio e começamos o taxi.
Alinhamos e decolamos, nos dirigimos até a 459 (Represa de Bragança Paulista) e começamos o treinamento.
Primeiramente definimos uma referência, no caso a cidade à frente (Joanópolis), e começamos as curvas.
Curva de 90º para a direita – Escolhi uma referência na ponta da asa direita, e então curvamos até o bico da aeronave aproar aquela referência.
Então ele pediu:
Curva de 180º para a esquerda – Escolhi uma referencia na ponta da asa esquerda, curvamos até a ponta da asa direita aproar com aquela referência. No caso foi a cidade de Joanópolis estava na ponta da asa esquerda e curvamos até a cidade estar na ponta da asa direita, ali sabemos que fizemos uma curva de 180º.
Curva de 270º – Escolhi uma referência na ponta da asa direita no caso, e fiz uma curva para a esquerda, até o bico do avião aproar com a referência, neste momento fizemos uma curva de 270º.
Curva de 360º – Aproei um morro (Guaripocaba), a manobra é bem simples, consiste em apenas um 360º, fiz uma curva até a aeronave aproar novamente com o morro.
Foram feitas curvas de Pequena Inclinação, na qual a asa fica um pouco abaixo da linha do horizonte e Média Inclinação.
No Paulistinha usamos o montante da asa como referência para uma curva de média, esse montante tem que ficar paralelo ao chão. (um pouco mais inclinado que nessa foto que tirei)
Antes de efetuar qualquer curva para qualquer lado, verifique SEMPRE a área. Se a curva é para a direita, olhe “esquerda, proa e direita livre”, após isso inicie a curva, pois muitas vezes podem haver pássaros, aeronaves ou até um morro próximo que atrapalhe na manobra.
Outra informação que é muito importante é o Turn and Bank, sempre em uma curva a bolinha tem que ficar centrada, isso indica que a curva está sendo bem coordenada, usando de maneira correta o manche e o pedal ao mesmo tempo.
Assim foi durante todo o voo, aproamos Bragança, ingressamos no circuito e pousamos.
Nos dirigimos à Sala de Debriefing, para conversar sobre o voo. Sentei e o instrutor foi me informando os pontos positivos e os negativos durante o voo.
Pontos Positivos – Sempre fiz o cheque de área antes de cada curva.
Pontos Negativos – Errei muito as referências, nas curva de 90º eu fazia 110º, variei a altitude nas curvas e uma serie de pequenos erros que comprometeram meu voo.
Aprendi que dentro os fatores, o que mais nos prejudica é a ansiedade e o excesso de confiança. Como ainda estava começando, a ansiedade de voar prejudicou as manobras e também como estava com muito excesso de confiança que fez achar que tudo seria fácil, na verdade não foi. (A manobra é fácil e simples, de tão simples foi que eu errei).
Final do Debriefing, recebi a nota 2, tinha que refazer o voo de curva novamente, agradeci e voltei pra casa, chateado por ter tido minha primeira reprovação e feliz por ter 3 horas de voo.
Ninguém me disse que seria fácil, mas todos disseram que seria prazeroso.
Agendei e voltei para o voar em um outro dia.
Rafael Torquato.
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