Saudações Amigos do Canal Piloto
Sendo aprovado na manobra de coordenação, próximo passo é a curva de grande e emergências altas.
Cheguei cedo ao aeroclube para almoçar, aproveitei para ler mais o manual. Após almoçar, me apresentei para o voo e fiquei aguardando a hora que estava agendada.
Estudando o manual juntos:
Curva de Grande é uma curva com inclinação entre 45º e 70º.
Emergências em altas altitudes, abrange todo tipo de procedimento de emergência.
Então vamos lá, na curva de grande tomamos uma referência, checamos a altura mínima que é de 2000’AGL e voamos com o voo reto horizontal (80mph/2100rpm), quando iniciamos a curva aumentamos um pouco a potência do motor, cabra-se um pouco para o nariz se manter na linha do horizonte e antes de dar os 360º, já vamos desfazendo a curva para quando aproar com a referência, ela esteja no reto horizontal novamente.
Emergências altas é uma simulação de uma emergência em voo, parada total/parcial do motor, com uma altitude mínima para o aluno piloto possa atingir um aeródromo ou um local que apresente condições para um pouso seguro.
A ideia é saber o grau de iniciativa, habilidade e perícia do aluno para os procedimentos, a fim de evitar ocorrências reais, e caso aconteça, o aluno estará preparado para a situação.
Os cheques são Fogo no motor durante o voo, Reacionamento, Aterragem sem potência, Parafuso acidental e gelo no carburador.
Fogo no motor durante o voo.
Mistura……………………………… Cortada
Manete de Potência……………. Toda a frente
Picar um pouco a aeronave (caso o fogo continue)
Seletora…………………………….. Fechada
Magnetos………………………….. Desligados
Com pouso assegurado, cheque de aterragem sem potência.
Cheque de Reacionamento
Velocidade de 65mph (velocidade de maior planeio)
Magnetos………………………….. Desligados
Seletora…………………………….. Inferior ou tanque mais cheio
Ar Quente…………………………..Invertido
Mistura …………………………….. Rica
Caso o motor não reacione proceda com o cheque de aterragem sem potência.
Cheque de Aterragem sem Potência
Velocidade de 65mph
Local para pouso
Magnetos …………………….. Desligados
Seletora ……………………….. Fechada
Ar quente……………………… Fechado
Mistura…………………………. Cortada
Manete de Potência……….. Reduzida
Objetos cortantes ………….. Afastados do corpo
Portas e Janelas …………….. Abertas
Cintos ………………………….. Passados e ajustados
Se possível pousar contra o vento.
Parafuso Acidental
Potência ……………………… Toda reduzida
Pedal contrário ao giro até o batente
Manche ………………………. Neutralizar
Quando parar de girar, centralizar os pedais e recuperar cabrando suavemente
Gelo no Carburador em voo
Ar quente …… Aberto
Com todos os cheques decorados, briefing realizado, aeronave inspecionada, notificação passada, vamos ao voo. Decolamos da cabeceira 34, mantemos o circuito de trafego e depois livramos em direção a área 459.
Chegando a represa, tomei uma referência que era a cidade de Joanópolis e fiz o cheque de área, que consiste em fazer uma curva de 90º para um lado, 180º para o outro e 90º, para retomar a referência. Feito o cheque de área, o instrutor me mostrou como é feita a manobra, fizemos juntos a primeira curva de grande.
Estava voando com 2100/80mph, iniciei a curva e aumentei um pouco a potência, cabrei a aeronave para manter o nariz “lambendo” a linha do horizonte, quando já estava terminando a curva, comecei a desfazer a grande inclinação, mas a aeronave ainda se mantem em curva, por isso desfazemos a curva com uma antecedência de uns 20º. Outro detalhe muito importante é a velocidade de estol, em curva a velocidade de estol é maior do que no voo reto horizontal, e na curva de grande então…
Fiz diversas curvas de grande inclinação, então o instrutor me pediu para aproar Bragança Paulista. Voltando para Bragança, ele reduziu toda potência do motor e disse: “PANE COMANDO!” Veio o frio na barriga, mesmo sabendo que isso aconteceria, é um susto que se leva.
Primeira coisa, velocidade de 65mph(no Paulistinha) e local para pouso, sempre. Então comecei o cheque de reacionamento; detalhe: fale alto o que tem que se fazer e simplesmente aponte, somente o ar quente você pode abrir ou fechar. NUNCA DESLIGUE A AERONAVE, É SÓ UMA SIMULAÇÃO (principalmente em aeronaves que não tem Starter).
Feito o cheque de reacionamento, a aeronave não voltou a funcionar, tive que proceder com a aterragem sem potência: 65mph; proa local para pouso. O procedimento no Paulistinha: magnetos; seletora; ar quente; mistura e manete. É bem simples, um movimento em L, corta-se e fecha-se tudo.
Escolhi uma pista de grama para efetuar o pouso, fiz uma boa aproximação com todos os cheques realizados, o inva então pediu para arremeter, subimos e fizemos mais algumas manobras. Ele reduziu a potencia novamente, dessa vez pela metade, e disse: “pane comando”. A diferença é que dessa vez, ainda tinha um pouco de motor, dava para voar no pré-estol, fiz o cheque de reacionamento, e me mantive no pré-estol para ter mais tempo e me aproximar de um local mais seguro para pouso.
Voltamos com motor normalmente, e pediu para voltarmos para Bragança, aproamos a cidade e viemos para pouso, cortamos o motor, e fomos para o debriefing. O instrutor elogiou a agilidade, fez alguns comentários e correções sobre alguns erros e me aprovou na manobra. O agradeci pelo voo, e a próxima missão será voo em pré-estol.
Dica: Quando sobrevoar cidades de interior que tem muito verde, a dica é escolher um local para pouso, com o verde mais claro possível. Isso significa que quanto mais claro for o verde, mais baixo é a grama, obviamente sem muitos obstáculos.
OBS: Desculpe não ter a filmado a simulação de pane, pois acabou a bateria da câmera.
Forte Abraço, Bons voos.
Rafael Torquato.
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