Prático de Piloto Privado 19

posted in: Rafael Torquato, Textos | 10

Saudações Piloteiros.

Vamos dar início a mais um relato: Dormi bem, acordei mais ou menos, mas nada que chegasse a atrapalhar, peguei meus documentos, equipamentos e cai na estrada, aproando Bragança Paulista!

Cheguei cedo ao aeroclube como de costume, manobra baixa: TGL.

Terceira vez que iria fazer a manobra, li o manual novamente, sem muito a acrescentar, a teoria já estava na cabeça. Enquanto não tinha instrutor, aproveitei para inspecionar a aeronave, e logo após finalizar, o INVA já estava em solo, em poucos minutos, estava brifando.

A conversa foi mais do mesmo:

* Decolaríamos, faríamos o cheque de 500’.
* Manteríamos o circuito fazendo curvas de pequena inclinação subindo até 1000’ AGL.
* No último terço da pista, abriríamos o ar quente, e no través da cabeceira iniciaríamos o voo planado (1000 RPM, 65 mph), compensaríamos a aeronave, rodando base e final. Cruzando a cabeceira, quebraríamos o planeio e arredondaríamos a aeronave suavemente até estolar e tocar de 3 pontos.

Se dependesse da teoria, estaria aprovado na primeira hora de TGL, mas para pegar a prática da criança, aí vai algumas horas, com isso alguns ‘dinheiros’ também.

Lá estava eu amarrado mais uma vez, gritando: Freado, Cabrado, Livre. – Acionei e taxiei até a cabeceira 34, aguardei o trafego, ingressei na pista e tive que me manter 45º esperando a outra aeronave livrar ou arremeter. Com esta livrando a pista, nesse momento alinhei o Paulistinha, neutralizei pedais e completei motor. O ponteiro deu indicação de velocidade, levei o manche à frente e esperei a cauda levantar, nessa hora a aeronave ficou boba e lá estava eu dando pedal para tentar corrigir, afoito aplicava mais pedal que o necessário, a aeronave perdia o eixo, para não ir para grama, dava pedal contrario bruscamente, aí já viu: Zigue-Zague na pista. Com 60mph tirei a aeronave do solo.

Subi mantendo a referência, cheque de 500’ e curva para ingressar na través, juntamente com uma massa de ar quente e urubus planando, tive que fazer um desvio para esquerda, passando ao lado e ingressando na perna do vento em seguida.

No último terço da pista, abri o ar quente e no través da cabeceira, iniciei o planado, rodando base e final, dando rajadas no motor a cada 15 segundos. Aeronave compensada, bem configurada na rampa, olhei para pista e pensei: Vai ser maior pousão!

Vim trazendo com suavidade e… Na aproximação final inverteu-se a cabeceira: Vento de cauda! E a aeronave afundou. Entrei de roda, o famoso “Pouso Três Quiques”.

Livrei na intersecção principal, taxiei até a cabeceira 16, alinhamos novamente, completei o motor e nova decolagem. Fiz o circuito normalmente, rodei base e final, mas estava alto. Glissei até onde dava, mas mesmo assim ainda fiquei muito alto; o instrutor não falou nada, só observou até onde eu iria chegar.

Falei: Estou alto – Nem esperei ele responder, completei motor e arremeti. Primeira de muitas aproximações perdidas na vida.

Ele respondeu: “certinho comando, isso aí”

Novamente outro circuito, rodei para a perna do vento, mas uma aeronave estava ingressando na minha frente, tive que alongar a perna do vento para dar tempo da outra pousar ou arremeter. Ouço na rádio que ela ira fazer 360º na vertical, logo tive que alongar ainda mais a perna do vento.

O instrutor me orienta – Pode deixar com motor, vamos alongar bastante. – Rodei base e final longe demais, vim numa final longa, pessoalmente é legal, a pista lá longe e você vindo em um retão sem fim.

Vim descendo, mas estava alto novamente, e o instrutor me informa, “Estamos alto, vai fazer o que?”. Pensei – Estou alto, vou glissar – Porém, as vezes, por ansiedade ou algo assim, não percebia que ainda estava com motor, e assim foi, logo que glissei o instrutor me advertiu – “Você está com motor, tira motor antes de glissar”.

Errei, corrigi meu erro, tirei motor e aí sim pude glissar (manche para o lado do vento, pedal contrário). Estava na rampa, compensado, vento de proa e… Toquei torto!

É uma decepção você sentir que está tocando torto, ela dá um pulo e na hora o instrutor já assume os comandos alinhando a aeronave, só fiz colar o manche.

Taxiamos até o pátio, cortamos o motor e finalizei com o cheque de abandono.

Fomos para o debriefing, a conversa foi bem simples, relatando meus erros e afirmando onde tenho que melhorar. Só voando mesmo para se conseguir a prática.

Boa semana e bons voos.
Rafael Torquato.

Alexandre Sales
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