Prático de Piloto Privado 8

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Olá amigos do Canal Piloto.

E sem enrolação vamos para mais um voo: Acordei cedo, tomei o café da manhã e fui ao aeroclube.

Peguei o ônibus na rodoviária do Tietê, a viagem na rodovia seguia tranquila até que eu observo uma fila gigantesca de carros, e após vários minutos finalmente consegui ver a causa do congestionamento, foi um caminhão daqueles que tem duas carretas, capotou na rodovia e gerou o problema, imagino o que o motorista fez para conseguir a proeza de capotar aquele monstro.

Logo após passar pelo acidente o tráfego ficou mais tranquilo e seguimos a viagem sem mais problemas.

Cheguei finalmente ao aeroclube após uma viagem que normalmente duraria 1 hora, dessa vez demorei 2:20h.

Me apresentei para o voo e fiquei no aguardo até pousar alguma aeronave para poder voar. Momentos após, já tinha a aeronave e o instrutor, então fomos para sala de briefing.

Naquele momento eu já sabia tudo sobre a manobra, não tinha muito o que conversar, apenas tirar algumas dúvidas que possam surgir, mas como eu estava proficiente na manobra o instrutor logo me perguntou: Estudou o manual? Eu disse que sim. Ele então disse: Estudou a próxima manobra? (PS5 – Voo Retângulo) – Como dica nesse caso eu posso dizer: NÃO DECORE e sim ESTUDE o manual, realmente entenda o que está ali, para que serve e onde vai ser usado.

O INVA logo me informou que se eu realmente estiver bom na manobra de curva, ele faria comigo o voo retângulo também, que assim eliminaria duas PS em um voo só, já que no voo retângulo, fazemos curvas o tempo todo. (Há mais detalhes da PS4 nos textos anteriores: PPP6 e PPP7

Entendendo a PS5 – Voo Retângulo

O Voo Retângulo consiste em fazer o voo em um traçado retangular no solo.

O objetivo dessa manobra é ensinar o aluno a manter todos os segmentos (Perna Contra o Vento, Perna de Través, Perna do Vento, Perna Base) com a mesma velocidade, altura e distância em relação a referência, podendo caranguejar caso ocorra um vento lateral. 

Traduzindo, ficar rodando em volta do aeródromo, mantendo uma distância, altitude e velocidade padrão, até pegar proficiência para poder fazer todos os circuitos de tráfegos.

Terminamos o briefing e comecei a inspecionar a aeronave sozinho, enquanto o instrutor pegava o rádio. 

Inspecionei a aeronave junto com o instrutor e depois que acabamos ficamos conversando, até que olho para a pista e vejo um Paulistinha decolando, virei para o instrutor e perguntei: Quando eu vou aprender a decolar? Ele disse: Tem a manobra especifica, mas você pode fazer essa decolagem enquanto eu vou te auxiliando – Fiquei feliz da vida.

Fomos então ao DAESP passar a notificação. Procedimento feito, voltamos para o pátio do aeroclube e o instrutor avisa: Na decolagem o manche e a manete está contigo e eu cuido dos pedais.

Acionamos e taxiamos até a cabeceira 34. Fiz todo o cheque de cabeceira e já treinando os cheques de emergência.

Alinhei a aeronave com o eixo da pista, neutralizei os pedais e dei potência, quando houve indicação de velocidade levei o manche à frente sem medo, e o instrutor mantendo o eixo da pista com os pedais.

Quando chegamos a 60mph rodei suavemente, e subimos em linha reta até livrar 1000’ e logo após aproamos a área 460 (Bragança tem um morro ao lado do aeródromo que impossibilita fazer o voo retângulo no aeroclube.)

Fomos para Faz. Primavera, uma pista abandonada próximo ao Vale Eldorado, no meio do caminho comecei a fazer curvas de pequena e média inclinação e com poucas curvas o instrutor viu que estava fazendo as manobras com satisfação. Então pediu para aproar Faz. Primavera. O voo foi cheio de novidades pra mim.

A primeira novidade foi decolar a aeronave e a segunda foi que, ainda muito longe da Faz. Primavera, o instrutor então reduz todo motor e fala PANE COMANDO.

Me pegou desprevenido. Pensei “para com essas brincadeiras, que não tem graça”.

Ele pergunta: O que a gente faz?

Nisso eu já estava procurando um lugar para pousar faz tempo, e a pista SDVH e Faz. Primavera estavam longe, escolhi um pasto e fui me dirigindo para ele. Enquanto isso, fiz os cheques de reacionamento e aterragem sem potência, pensei que tinha esquecido alguns itens; aeronave não parava de descer, faltando 500’ o instrutor diz: Arremete. Veio o alívio, arremeti a aeronave e o instrutor diz: Só esqueceu um item, o resto está correto.

Não imaginava que ele iria fazer uma simulação de pane comigo na 5º hora de voo, foi muito bom para revisar os conceitos e me fazer estudar muito mais o manual. Na vida, quando mais se vive, mais se sabe. Na aviação quanto mais se sabe, mais se vive.

Subimos e aproamos Faz. Primavera. O circuito de trafego é feito a 1000ft de altura em relação à pista, podíamos fazer o circuito a 3400’ mas o fizemos a 4500’ começamos então a voar em retângulo. Fizemos duas voltas na pista da Fazenda Primavera e aproamos Bragança Paulista que já ia dar nossa hora de voo.

Enquanto voava, prestava muita atenção aonde poderia pousar caso houvesse uma pane novamente (Real ou Simulada), fomos a 4500’, chegando próximo ao aeroclube o instrutor falou: Pode ingressar no circuito.

Novamente mais algo curioso, pois eu não fazia o circuito para pouso nos voos anteriores, mas como tinha treinado na Fazenda, era só repetir no Aeroclube. Desci para 3900’ e ingressei no circuito. A partir desse momento, tinha que manter a velocidade, altura e distância da referência constantes em 1000’, 80mph (voo reto horizontal) e a duvida que surge. Qual a distância ideal? No caso do Paulistinha, a distância entre a aeronave e a pista, é o intermontante em cima da pista.

Traduzindo: Essa pequena barra na horizontal que liga os dois montantes principais. Deve estar em cima da pista. Como podem perceber na foto.

Quando isso acontece você esta fazendo o circuito de trafego na distância correta.

Curvei Base e o instrutor falou: Está comigo. Livrei os comandos e prosseguimos para pouso, pouso muito bem efetuado, taxiamos até o pátio e cortamos o motor.

Fomos para o Debriefing. Conversamos sobre a manobra, apresentei dificuldades normais para voo, e ele me deu a nota 3. Fui aprovado na PS4 e PS5 (curvas e voo retângulo). Saí radiante, agradeci e voltei para casa. 

Próximo voo será PS6- Coordenação de 1º e 2º Tipo.

Rafael Torquato.

Alexandre Sales
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