O conteúdo abaixo foi publicado originalmente no PSP, e está sendo reproduzido abaixo com o objetivo de divulgar o projeto. Caso deseje comentar ou deixar suas impressões, o faça na área de comentários da postagem original para que o autor tenha acesso direto e posso respondê-lo.
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Se você é um Piloto Comercial recém-formado que precisa agregar horas de voo para o seu currículo, não deixe de ler este post!
Como amplamente divulgado e comentado aqui neste blog, o mercado de trabalho atual para pilotos comerciais recém-formados está muito difícil, tanto para a asa fixa quanto para a rotativa. A não ser que se disponha de um excelente QI para ingressar na aviação geral, a única opção viável (o que não significa ser fácil!) para os novatos é a mal remunerada e desvalorizada atividade de instrução de voo – e, mesmo esta, estará inatingível para os recém-formados após junho de 2014, quando entrará em vigor a regra da ANAC que exige um mínimo de 200h em comando para checar o INVA/H (o que significa cerca de 300h totais). Por outro lado, quem se forma PC e interrompe os voos tem a experiência recente desatualizada, e fica cada vez mais difícil manter válidas as habilitações duramente conquistadas.
Desta forma, em princípio restariam duas alternativas para um piloto novato manter sua experiência em dia e agregar horas de voo ao seu currículo: voltar para o aeroclube/escola de aviação e adquirir novos pacotes de horas de voo, ou voar com os amigos. Pagar para voar é, no mínimo, aviltante (quando não inviável) para quem acabou de gastar cerca de R$100mil para se formar; então, a única opção sensata que sobra é encontrar uma alma caridosa disposta a levar o recém-formado em sua aeronave para voar. Mas, aí, esbarra-se num outro problema: como encontrar essa pessoa? Os aeroclubes (RBHA-140), concebidos para integrar socialmente proprietários de aeronaves e pilotos interessados em voar, na prática não realizam essa função (ou, se realizam, o fazem de maneira extremamente ineficiente); e as escolas de aviação (RBHA-141), por sua vez, nem contam com essa possibilidade. No fim das contas, não há uma estrutura adequada para viabilizar a integração social necessária para que pilotos recém-formados tenham como voar de graça ou “rachando” os custos.
Foi pensando nisso que eu comecei a desenvolver o projeto do Clube de Aviadores (ClAv), que é um misto de “agência de matrimônio aeronáutico” com serviços auxiliares de qualificação técnica, de intermediação financeira, e de geração de históricos de voos, concebido para viabilizar esses “voos entre amigos” com a máxima segurança e conveniência entre as partes. O ponto de partida é a existência de dois tipos de associados: o PIL, que é o piloto interessados em voar de graça ou “rachando” os custos; e o PROP, que é o proprietário de uma aeronave CLASSE MNTE ou MLTE (do RBAC-91, utilizada principalmente para lazer) – na maior parte das vezes, subutilizada por uma série de motivos. Uma vez cadastrados PILs e PROPs, será possível realizar o “casamento” entre eles de acordo com sua localização geográfica; o tipo de equipamento do PROP e a qualificação técnica do PIL; e os interesses econômicos de cada uma das partes: há PROPs interessados em levar um PIL para voar de graça, e outros que requeiram “rachar” os custos; assim como há PILs que só se interessariam em voar de graça, como também haverá os que se disporiam a “rachar” os custos. Feito o “casamento”, o ClAv proporcionaria a qualificação básica do PIL, enviando-lhe a documentação da aeronave do PROP (e aplicando a respectiva prova de conhecimentos), e viabilizando um ground school básico do equipamento. Encerrada a etapa de qualificação, os voos podem começar a acontecer, e o ClAv entraria também nesta etapa, intermediando os pagamentos (caso o voo seja “rachado”), de modo a evitar conflitos financeiros, registrando os acordos e dando segurança às partes, além de proporcionar a conveniência de utilização de meios de pagamento como cartão de crédito/débito. Encerrados os voos, PILs e PROPs avaliarão a experiência, criando um banco de dados de históricos de voos, que facilitará a avaliação das partes em futuras oportunidades e também servirá como uma referência na busca por um emprego na aviação. Basicamente, é assim que o ClAv foi concebido, muito embora haja muitos outros detalhes que não convém entrar no mérito neste momento.
Eu venho trabalhando na concepção do ClAv já há algum tempo, e conversei com alguns PROPs que se dispuseram a entrar num projeto piloto experimental. Agora, eu gostaria de recrutar PILs dispostos a ingressar no projeto, inicialmente restrito à asa fixa e à região geográfica da terminal São Paulo (cidades situadas num raio de cerca de 150km ao redor da capital). Quem estiver interessado (somente PCs checados, neste momento), peço que baixe o documento “Projeto Clube de Aviadores – Cadastro básico“, preencha-o, e envie-o para o e-mail raulmarinho@yahoo.com com o assunto “ClAv” no título. Nesta etapa de projeto piloto experimental, irei selecionar um número reduzido de PILs para realizar os primeiros voos, e avaliar a viabilidade do serviço. Se você não for selecionado, isso não indica que você seja “ruim”: é que eu pretendo selecionar pessoas com certo grau de diversidade (diferentes idades, formações, profissões, níveis de experiência, etc.) para este projeto piloto. Enquanto este post estiver no topo do blog, as inscrições estarão abertas, e assim que o projeto evoluir, eu publicarei outros posts informando.
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