Você não voa sozinho. Se acha isso, pode começar a tirar a ideia da sua cabeça. Uma aeronave possui tantos sistemas que voam junto ao piloto e para ele, que seria egoísmo dizer que você tem o controle de tudo durante o voo. Isso se tem feito mais verdade depois do surgimento de novos sistemas de controle ou comando de voo, desde a operacionalidade normal até a operação em emergência.
Isso nos remete a um filme muito popular e recente, “O voo”. Esse foi um filme que retratou justamente uma falha no sistema de controle de voo, onde o piloto perdeu autonomia sobre os movimentos das superfícies, e mesmo alternando para diferente modos, inclusive o manual, o controle da aeronave foi muito limitado. Isso prova que por mais que você tenha todo o controle em suas mãos, ele não é só seu e não depende só de você. É algo muito interessante de se pensar, quando se observam os diferente tipos e modelos de sistemas de controle em voo, os quais serão o tema de mais uma série nossa aqui no Canal Piloto.
Existem, como são por vezes chamados, diversos sistemas diretores de voo. Podemos ter servos atuadores nas superfícies quando usamos o sistema fly-by-wire; cabos rígidos e diretamente ligados ao movimento, em sistemas mecânicos; ou ainda, podemos ter os sistemas hidráulicos, com dispositivos que utilizam substâncias sobre pressão para dada função, como óleo hidráulico ou ar comprimido. A questão é: qual o melhor sistema?
Essa é a pergunta que muito se tenta responder (ou mesmo adiar) ao longo dos anos, pensando em mais um modo de operação desses sistemas. De fato, definir o melhor ou mais cabível dos sistemas é um grande desafio até mesmo para os melhores engenheiros. No entanto, quero trazer a vocês essas questões de forma mais simples, mostrar como cada sistema funciona ou deveria funcionar, e chegar a uma conclusão ainda que superficial sobre cada um deles.
É bem falado agora o grande impasse sobre a liberação ou não do uso do telefone celular dento da aeronave, mas você sabe realmente por que ele é proibido? Justamente por “afetar” um dos sistemas controladores de voo é que tal proibição perdura. Na realidade, essa proibição se faz muito mais pela dúvida de que isso possa acontecer, do que pela conseqüência de algum incidente envolvendo uma possível interferência. Então, só por aí já é possível perceber o quão pouco ainda confiamos nos atuais sistemas, e o quanto conhecemos os que temos hoje operando.
Exatamente com o objetivo de entender e esclarecer como cada sistema funciona, tirar as dúvidas sobre possíveis falhas e sobre como é o procedimento quando elas acontecem, inicio uma nova e intrigante série sobre um assunto muito específico, mas que se faz útil conhecermos além dos livros, como pilotos, mecânicos e passageiros.
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