TAM 3562: Agilidade na arremetida

posted in: Antonio Ribeiro, Textos | 6

Era o fim do mês de Junho, e estava procurando a viagem que seria as minhas férias, englobando o Natal e o Ano Novo de 2013.

Fuçando no site das companhias nacionais, vejo que a TRIP apresenta a melhor opção de preço, embora o horário não fosse tão conveniente e o preço no site da TAM fosse maior para os mesmos trechos na mesma data. Até aí, tudo bem.

Durante a pesquisa, descobri que o voo seria operado em codeshare com a TAM, ou seja, a TRIP vende um determinado número de assentos nos voos compartilhados com a TAM e vice versa. Escolhemos uma perna SBGR-SBBR, com conexão para SBEG.

Passou Julho, Agosto, Setembro, Outubro e Novembro, até que chegou o grande dia, mais precisamente 19 de Dezembro.

Antes, porém, fui atrás de mais informações. Como o site da TRIP migrou para o site da Azul, fui checar o localizador. E quem disse que funcionou?

Liguei no call Center dela, sendo muito bem atendido, embora tenha ficado mais ou menos 20 minutos esperando pelo atendimento da chamada, na clássica frase “Estamos transferindo sua chamada para um atendente”.

Confirmado tudo, nos foi oferecido um ‘upgrade’ nos voos, já que o tempo de conexão em SBBR era menor que uma hora. Apesar da vontade de experimentar os serviços da TRIP/Azul, fui obrigado a recusar a oferta.

Malas prontas na véspera, chegamos ao novo GRU Airport, agora administrado pela iniciativa privada. Lotado e com filas, mas isso já virou costume.

Como fizemos o web check-in, precisamos apenas despachar as bagagens. Passamos na frente para o voo ser fechado, ou seja, todos os passageiros e bagagens embarcados.

Aproximadamente às 6h20, após o despacho das bagagens, seguimos para os procedimentos de raio x.

Como um avaliador, vejo que as obras melhoraram bastante o espaço útil do Aeroporto de Guarulhos, mas elas precisam ser feitas o mais rápido possível, assim como uma nova pista e novos terminais.

Após ter que retirar o cinto de minhas calças  para não ser confundido com um Osama Bin Laden da vida, chegamos ao portão 1C, como de costume uma posição remota. Pegamos um ônibus interno para chegar a uma ‘sala de apoio­’, onde finalmente descobrimos que o avião em que iríamos para Brasília seria o PT-MXH, um A321-231 com menos de cinco anos de uso.

Aí já começou a baderna: Apenas a porta dianteira do avião estava aberta, formando uma jararaca humana pelo pátio, já que o voo saiu praticamente lotado. Cadê a agilidade, TAM?

Fomos recebidos com os comprimentos e balinhas de boas vindas. Por mais que o voo estivesse previsto para partir às 7h20, saímos pontualmente às 7h30, começando com o pushback.

Um táxi vagaroso e algumas cenas, como a decolagem de um dos ‘novos’ Embraer C-95BM da FAB, o FAB 6544, operado pelo 4° ETA.

Decolagem às 7h45, uma vigorosa subida, com algumas formações até atingirmos a nossa altitude de cruzeiro, estimada em 35 mil pés. Depois disso, o céu ficou praticamente CAVOK.

[youtube http://youtu.be/qqQJXsbZK3s]

Dia de casa cheia, os comissários tiveram que rebolar bastante para servir o café da manhã: Uma embalagem com uma geleia, uma torradinha salgada, um Polenguinho e uma goiabinha, além de bebidas como sucos Del Valle, água mineral e um cafezinho fresquinho completavam a refeição. Particularmente, fiquei com quatro copos de suco e guardei os sólidos para o próximo voo.

Aqui vale um detalhe: Não me servi de refrigerante porque simplesmente não havia sido disponibilizado pela TAM. Um benefício para a saúde dos passageiros, que evitaram ao menos uma vez de se entupirem de conservantes na graxa-símbolo do Capitalismo Selvagem? Sinal dos tempos.

Depois da refeição – melhor do que uma barrinha de cereal – , chequei o entretenimento de bordo, consistente na Revista TAM Nas Nuvens, no folheto de segurança (pego por mim como uma ‘lembrança’ do voo) e nos dez canais de áudio disponibilizados no braço das poltronas. Embora na aeronave em questão eles estavam fora do ar, um ponto positivo é que a empresa dava os fones para os passageiros em uma embalagem caprichada para a função (que eu também guardei de lembrança).

O tempo passou literalmente voando quando iniciamos a aproximação para a cabeceira 29L do Aeroporto Internacional de Brasília.

Aqui um detalhe curioso: Durante esse procedimento, avistei e fotografei um pequeno aeródromo, mas não consegui identificar qual seria, mas percebe-se perfeitas as cabeceiras, enumeradas como 14e 32. Se alguém souber qual aeroporto é esse, por favor, compartilhe essa informação.

Fomos descendo então, sacolejando um pouco, obrigando o agilidoso piloto a realizar uma vigorosa arremetida (para minha alegria), mas que poderia ter causado a perda do meu segundo voo do dia, que vocês verão aqui no CP. A justificativa para o procedimento foi a turbulência e um erro de gerenciamento da pista pela Torre.

[youtube http://youtu.be/hg-5kQcvZwI]

Efetuamos o procedimento de aproximação perdida e pousamos na mesma pista, sendo sucedidos pelo PR-AYX Azul e Verde, além de um Boeing 737 da Gol.

[youtube http://youtu.be/IOA1hWzjPrc]

Durante o táxi para o terminal, mais uma visão me chocou: As pequenas aeronaves (um E120 da Interbrasil, o PP-ISF, que seria doado à FAB para fornecer peças, além de outras duas aeronaves, que identifiquei como dois Navajos) abandonadas em um campo. Como se isso não bastasse, estavam em outra área o trio de Boeing 767-2Q4 da Transbrasil, os PT-TAA, TAB e TAC, aguardando o seus destinos finais. Revoltante, no mínimo.

Rapidamente encostamos no Finger 10, encerrando naquele momento o voo TAM 3562, operado em codeshare com a TRIP, do lado do A319 PR-MAL.

Avaliação:

1 – Reserva: 8
Feita pela internet, rápida e facilmente. O que abaixou a nota foi a falta de sincronização entre os sites da TRIP e da Azul.

2 – Check-In: 10
Ótimo atendimento, apesar do terminal (e da fila grande) estar cheio devido á época do voo.

3 – Embarque: 8,5
Eficiente e organizado. Só foi estranho termos ido primeiro para a ‘sala de apoio’.

4 – Assento: 7,5
Confortável e com um padrão agradável. Pena que não tem tomada para notebook.

5 – Entretenimento: 8
A paisagem conta, assim como os dez canais de áudio disponibilizados, juntamente com a revista. Pena que não estavam funcionando.

6 – Serviço dos comissários: 10
Extremamente solícitos e educados.

7 – Refeições: 7
Embora o preço para a passagem foi adequado, a TAM poderia nos apresentar um lanchinho mais chique (leia-se maior).

8 – Bebidas: 7
Com a mesma justificativa do quesito anterior. Tanto que precisei tomar quatro copos de suco para saciar minha sede e fome.

9 – Desembarque: 8
Rápido e eficiente. Como eu fiz uma conexão em cima da hora, não pude avaliar o tempo de espera pelas malas.

10 – Pontualidade: 6
Apesar de não ser culpa da companhia, eu poderia ter perdido meu voo de conexão para SBEG. Felizmente minhas malas (e meu isopor) chegaram inteiros em Manaus. Pena que não posso dizer isso sobre o último trecho.

Média geral: 8

Média do autor: 7,5

Comentário final:
Embora pagar um valor baixo quando comparado com o tamanho do trecho, eu esperava mais da Tam no serviço de bordo, mesmo sabendo que a tendência é a sua simplificação. Saudades dos tempos do também saudoso Cmte Rolim.

Renato Cobel
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