USAF mira Pacífico com novo bombardeiro

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Numa autêntica ‘volta às origens’, a USAF (Força Aérea dos Estados Unidos) visará o Pacífico durante a compra de novos aviões, particularmente um novo bombardeiro de longo alcance e capacidade, além da tecnologia stealth. A aquisição do novo modelo é uma estratégia do Pentágono, órgão que controla a Defesa do país.

“Eu acho que agora, o que estamos tentando fazer é lembrar a todos que nós temos que começar a planejar a construção de sistemas e capacidades de campo para lutar num ambiente novamente contestado”, afirmou o tenente-general Charles ‘CR’ Davis, vice-líder da USAF para aquisição militar, durante sua primeira entrevista desde que assumiu o serviço como responsável pela compra de armas.

Aviões não-tripulados e sensores desempenham atualmente papéis importantes nas operações de contra-insurgência do Iraque e Afeganistão. Porém muitos são vulneráveis à mísseis terra-ar, pois são facilmente detectados por radar. Ainda assim, representam uma ‘economia’ de pessoal.

“Nós nos tornamos muito bons no ambiente de combate convencional, não protegido, que não ameaça nossos sistemas”, afirmou Davis. “Agora, temos que dar uma olhada num tipo diferente de mentalidade, quando começamos o planejamento de como faremos essa aquisição sob medida desse tipo”.

Enquanto a USAF desenvolve esse novo bombardeiro, links de dados, comunicações seguras dos sistemas de informações e outros sistemas, esse novo quadro de pensamento será levado em conta. “Agora, é como uma espécie de mentalidade diferente das coisas que temos pensado que não tiveram uma enorme quantidade de atenção nos últimos anos, quando começamos a discutir os requisitos e analisamos para as capacidades e coisas assim”, afirmou Davis.

Os sistemas podem sobreviver num espaço aéreo contestado (ou de anti-acesso ou de acesso negado, como é conhecido internamente no Pentágono) “estão sendo fortemente pensados” no orçamento de 2014 e no plano de gastos internos de seis anos, conhecido como o memorando de objetivo do programa, afirmou o tenente-general.

A proposta do orçamento do Pentágono de 2013, que ainda está para ser revista pelo Congresso, começa a fazer investimentos em equipamentos adaptados para a estratégia, porém, devido à situação econômica da terra do Tio Sam, os investimentos deverão ser mais brandos. Um foco ainda maior poderia vir em futuros orçamentos de defesa.

Uma aeronave que está sendo projetada e construída com a mentalidade no Pacífico é o Bombardeiro de Ataque de Longo Alcance da USAF (LRS-B). A Força Aérea disse que essa aeronave será construída principalmente a partir de tecnologias existentes, um desvio dos planos originais para uma aeronave totalmente estado-da-arte, com avançada tecnologia de sistemas de ponta.

Ainda assim, a Força Aérea poderia empurrar o envelope em algumas áreas para o novo bombardeiro, que deverá entrar em serviço em meados dos anos 2020 e ter um custo unitário de cerca de US$ 550 milhões. Até agora, não foi divulgado o tipo de motor que o bombardeiro irá usar, mas terá sistemas comprovados em sua eficácia, além de possíveis ’empréstimos’ do Lockheed F-22 Raptor e do F-35 JSF.

“Nós provavelmente vamos buscar algumas belas funcionalidades de ponta na concepção das estruturas e coisas assim, mas provavelmente também vamos observar algumas tecnologias muito comprovadas que existem nos F-22, F-35 […] e outros programas existentes, então você reduz o risco”, disse Davis.

 Por Antonio Ribeiro

Renato Cobel
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