Durante os primeiros capítulos de nossa série “História das Companhias Aéreas”, algumas aeronaves foram citadas recorrentemente, demonstrando a importância que tiveram para o desenvolvimento da indústria aeronáutica. Foram projetos bem sucedidos às suas épocas, o que fez com que fossem escolhidas por diversas empresas. Talvez, no entanto, o foco na evolução das companhias tenha relegado as aeronaves a um papel quase coadjuvante em nossa narrativa histórica. Que tal, então, conhecermos um pouco mais destes protagonistas, dando-lhes o merecido foco?
Uma das aeronaves mais citadas na história das primeiras companhias aéreas é o Farman F.60 Goliath. Criado em 1919 pela Farman Aviation Works, empresa dos irmãos Farman, o Goliath foi o gigante de sua época, com 14 metros de comprimento, 26.5 metros de envergadura e 5 metros de altura. Possuía capacidade para transportar de 12 a 14 passageiros – uma grande vantagem estratégica, em uma época em que predominavam aeronaves monopostas e bipostas. Como podemos imaginar, transportar apenas um ou dois passageiros por vez era uma prática dispendiosa, que em breve se tornaria inviável.
Projetado durante a Primeira Guerra Mundial, o Farman F.60 Goliath foi concebido para ser um bombardeiro, impulsionado por dois motores Salmson Z.9, de refrigeração a água e pistões radiais, com potência variando entre 260 e 424 cavalos, dependendo do modelo de motor. Essa motorização permitia ao Goliath transportar até uma tonelada de carga, a uma velocidade de cruzeiro de 65 nós, sob um teto operacional de 13.100 pés. Sua configuração permitia, também, um alcance de até 400 quilômetros.
No vídeo abaixo, você confere o Farman F.60 Goliath em ação. Note que é possível vê-lo em operação pela Grands Express Aériens, já citada em nossa série, além de se ter uma ideia melhor de suas dimensões:
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