Dúvida - É viável voar o PP em dois em aeroclubes?

Seguindo com nossa série Pergunte ao Canal Piloto, vamos responder à pergunta de hoje:

Dúvida

Oscar Lima Alfa, Comandantes!

Tenho 23 anos e estou no curso Prático de PP no Aeroclube de São Paulo. Tenho uma dúvida em relação a parte prática do curso.

Fiz alguns voos panorâmicos no Aeroclube de São João da Boa Vista e fiquei completamente satisfeito devido ao INVA ser excelente, preço bom, aeronave C150 e espaço aéreo livre… e aí está a minha dúvida. Em SDJV, o espaço aéreo é vazio, com frequência livre, o que pode não me ajudar a entender todo o funcionamento da ATZ, TMA. O que eu gostaria é de fazer poucas aulas em SBMT, devido ao tráfego e aprender a lidar com ATIS, TWR e a maioria das aulas em SDJV, para aprender a voar a aeronave no mais puro VFR.

É recomendado?

Obrigado pela ajuda.

Abraços e bons voos a todos nós.

Marcos Vinícius Lopes da Silva

Nossa resposta

Marcos,

Como instrutor de voo, acredito que você iria aprender muito mais fazendo o seu PP em um espaço aéreo mais movimentado. Muitos alunos fazendo o PC-Prático apresentam um grande receio com a fonia, chegando a ter medo de órgãos com TWR/GND e APP. Isso acaba afetando diretamente o desempenho do aluno na execução das manobras mais básicas.

Fazer o PP em duas escolas diferentes é uma decisão que você pode tomar. Fazer as primeiras 15 horas no ACSP e após prosseguir para SDJV é uma boa alternativa, pois as 15 primeiras horas são a fase onde o aluno mais absorve conhecimento e aprende a fazer a fonia. As demais horas são apenas aperfeiçoamento. No entanto, recomendo que você faça o PC em aeródromo controlado e voe muito em área controlada para adquirir experiência com APP, principalmente na citada TMA-SP.

Com relação à possível diferença nas aeronaves, não há muita diferença entre uma aeronave asa baixa e triciclo, como o Tupi ou Cherokee (ACSP) e o C-150, que é asa alta (SDJV). No meu PP, voei ambas as aeronaves e a adaptação de uma aeronave para outra foi muito rápida – o que não vai ocorrer entre uma aeronave triciclo e outra convencional, onde a atitude de pouso é diferente, e a resposta dos comandos também.

Abraços,

Rodrigo Satoshi

INVA – Instrutor de Voo de Avião

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