A Embraer

Muitas pessoas se orgulham, assim como eu, em dizer que nosso país possui a quarta maior companhia fabricante de aeronaves do mundo. Uma empresa com tradição e com variabilidade de mercado invejável até mesmo por suas superiores. Todo brasileiro tem orgulho em falar da Embraer. Mas nós, membros e conhecedores do mundo aeronáutico, temos a obrigação de ir além do orgulho, e conhecer essa nossa empresa que tem, na prática, mais de 70 anos atuando na tecnologia aeronáutica do Brasil. Mesmo com influências internacionais fortes, a Embraer conseguiu manter a vertente de produção focada e voltada para o Brasil. Para saber se isso é verdade, basta observar o conceito dos modelos que a Embraer vem produzindo.

A Empresa Brasileira de Aeronáutica alcançou seu verdadeiro sucesso ao olhar pra dentro do Brasil, e procurar resolver os problemas político-geográficos do nosso país. Ela investiu, logo de início, em aeronaves leves que pudessem servir militar e também civilmente, de forma a operarem nas condições que temos aqui. São aviões como o Bandeirante (Emb-110), o famoso Xingu (Emb-121) – primeira aeronave turbo hélice pressurizada produzida no Brasil – e o venerado Brasília (Emb-120), que tanto serviu e ainda serve ao Governo Federal e de alguns estados. Posteriormente, a Embraer teve a maior sacada econômica da história da aviação brasileira: ela abriu mão de competir com grandes empresas, e diversificou sua produção. O resultado disso vemos hoje, com modelos agrícolas como o Ipanema (Emb-202), e aviões de guerra como o Supertucano AT-29.

A Embraer – através de parcerias, quedas e solavancos ao longo de sua vida – construiu a história da produção aeronáutica no Brasil. Hoje, dezenas de milhares de empresas dependem do trabalho e esforço dos bravos homens do antigo CTA (Centro Técnico Aeronáutico), e do ITA (Instituto Técnico Aeronáutico), que lutaram em meio às limitações de sua época e conseguiram fundar, em 1970, a Empresa Brasileira de Aeronáutica como uma sociedade mista com o Ministério da Aeronáutica.

Esse, meus amigos, será o nosso assunto e cordial homenagem desta semana à empresa de que, certamente, todos se orgulham por termos em nosso país. Vamos conhecer melhor como nasceu essa gigante, que hoje fatura em torno de R$ 12bi por ano. Veremos como sucederam as parcerias que trouxeram novos projetos, e alguns dos problemas que ocorreram durante sua trajetória. Conheceremos parcerias com empresas como Neiva, Focke e até mesmo com a Força Aérea Argentina, num projeto em particular que foi o CBA-123 Vector. A Embraer viveu anos dourados e anos de lama, sobreviveu fortemente a todos eles, e hoje passa sua força e experiência para os seus novos modelos, versáteis e inovadores, que praticamente todos os anos são lançados.

Eduardo Mateus Nobrega
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