Literatura de Piloto Privado 17ª – Semana

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E as vendas da Rifa começam

Essa foi a semana na qual fomos buscar os talões que encomendamos na gráfica e começamos a vender. Não deixamos escapar uma pessoa. Nosso professor de Meteorologia, Eduardo, foi o primeiro a comprar. Nos correios ofereci a cada carteiro. Tem pessoas que ao me verem se escondem mas tenho até que ser um pouco chato às vezes. Sem determinação não há sucesso. Estou recebendo uma grande ajuda dos meus amigos Elton, Filipe, Hugo, Marcos, Lucas, minha mãe e familiares. Alguns leitores também se interessam em me ajudar. Mais informações na Literatura de Piloto Privado 16ª Semana.

De volta à Nav

Depois de 15 dias de “folga”, voltamos. Passamos 40 dias em obras. Aula com poeira, barulho, lâmpadas queimando… Você pode pensar, “mas essa é uma péssima escola”. Pelo contrário, a Nav é uma ótima escola de Aviação, tudo foi feito para melhorar cada vez mais, faltou um pouco de planejamento, é verdade, mas nada diminui a qualidade da escola. A sala do simulador está pronta, foi construída uma mega sala para os comissários, destruíram a nossa antiga (acho que virará uma recepção para quem quiser ficar bisbilhotando as aulas no simulador). Tudo ficou muito bem feito e agora nada mais nos atrapalha.

Início de uma nova turma de comissários de voo

Depois de adiada várias vezes por causa das obras, começa a nova turma de comissários. Sempre tenho a impressão de que os mesmos acham que nós, futuros pilotos, nos achamos mais importantes do que eles, pois olham de uma forma diferente. Mas isso não é verdade. Pelo menos todos da minha turma têm total consciência da importância desses profissionais. Não vemos problemas nenhum em conversar, trocar idéias e até aprender algo com os mesmos, pois eles são agentes de segurança em vôo. Às vezes falam em tom de brincadeira (ou será que não?) “Ser piloto é muito bom. Vem sem uniforme a hora que quer.” Pois eles são muito cobrados em relação a isso. Ouvi dizer que eles até perdem pontos se forem sem o mesmo. Ao que nós respondemos também em tom de brincadeira “Lógico, eu vou ser piloto. Vou ser seu patrão rapá” (Não é bem assim). A verdade é que tanto nessa turma quanto na antiga há/havia uma lacuna muito grande entre as “classes”. Espero que essa barreira seja quebrada, afinal em linhas aéreas esses profissionais estarão o tempo todo juntos.

Problemas com ar condicionado

Logo no primeiro dia, esperando que todos os nossos problemas tivessem sido resolvidos já tivemos mais um, o controle do ar condicionado parou de funcionar (e não eram as pilhas). O mesmo indicava 25°C, mas a temperatura devia estar por volta dos 35°C. Fomos até Mônica reclamar e a mesma “Não é possível. Só a turma A tem problemas. Nada com vocês funciona” disse que ia tomar as providências necessárias. No dia seguinte o problema continuou. Silva Filho entrou na sala antes das aulas começarem e disse que não estava quente, que dava para ver as aulas, ao que eu respondi “Volte daqui a meia hora” e ele voltou. Ao entrar na sala “Minha Nossa Senhora! Isso aqui tá muito quente.” Então Silva saiu e voltou com um ventilador para nos ajudar. No dia seguinte tudo estava resolvido e nunca mais tivemos nenhum problema com a Nav.

Entendeu Serge?

Nosso colega de classe Serge por vezes faltava e ao voltar às aulas dizia a cada 5 minutos de aulas “Não estou entendendo nada. Não estou entendendo nada” o professor então repetia tudo que tinha dito nas aulas anteriores e que nós já tínhamos aprendido por causa de suas faltas. Filipe, chateado e palhaço como sempre não deixou barato. Agora a cada dez minutos de aula, olha lá para frente e pergunta “Entendeu Serge?” e Serge “Entendi”. Oséas começa outra explicação… Quando  todos estão em silêncio, só se ouve a voz do advogado lá atrás: “Entendeu Serge?” ao que o mesmo respondia “Entendi”. Nosso amigo passou a semana inteira fazendo essa pergunta e por incrível que pareça Serge nunca mais deixou de entender nada. Será um novo método inovador de ensino?

De volta ao SENAI

Nessa semana as aulas do SENAI recomeçaram e sendo bem sincero eu não gosto de lá. Sei que é uma entidade muito reconhecida que os cursos de lá são muito bons, inclusive o meu, mas não adianta você ter um ensino de alta qualidade, estrutura, se a pessoa que estiver fazendo o curso não gostar da área. Esse é o meu caso. Estou lá devido ao meu trabalho, sou pago para assistir as aulas, o que para muita gente seria uma mão na roda. O problema é que eu não gosto de administração (meu curso). Lógico que presto atenção às aulas, faço trabalhos, gosto muito dos meus colegas de lá. Ir para aula e não prestar atenção é uma falta de respeito com o profissional que está tentando lhe ensinar algo. Há uma coisa que gosto no SENAI, o mesmo fica bem perto da cabeceira 18 do Aeroporto dos Guararapes e os aviões passam por lá quando estão a mais ou menos 300 pés de altura (altura mesmo, não altitude). Isso está fazendo com que eu reconheça os aviões pelo som. Nem sempre acerto mas na maioria das vezes sim. Loucura ou costume?

De volta à padaria

Depois de um bom tempo sem ir à padaria devido a nossa falência, voltamos. Todos chegam à escola com fome, pois muitos vêm do trabalho, estágio, faculdade, etc., então é inevitável procurar algum lugar para comer. Sempre tem pilotos e comissários por lá. Certo dia, encontramos Magal que sentou na nossa mesa e ficou conversando conosco sobre o futuro da escola, a compra do primeiro avião, a chegada do simulador. Magal é sócio da Nav e sempre conversa conosco, procura saber o que nos incomoda, se precisamos de alguma coisa, só falta oferecer cafezinho e chá mas não precisamos já temos isso lá.

No mesmo dia em que voltamos à padaria, voltamos ao famoso espetinho (Ô povo que come). Como sempre, foi muito bacana, reunimos uma parte da turma A e outra da turma B além de Magal, Jaqueline (Dona da cantina da Nav). Gutierrez me comprou uma rifa.

Bruno Carvalho dando aula de Navegação

Nosso amigo Bruno sempre ajuda a turma tanto com assuntos, quanto com “acessos”, Filipe até hoje fica se gabando “Eu andei na Hilux da Infraero no aeroporto”. Na 17ª semana este foi explicar melhor como é o cálculo da proa bússola de regresso. Por alguns instantes nosso professor deixou o quadro e passou o comando para Bruno. O mesmo explicou detalhadamente e todos viram que este assunto não é o bicho que alguns falaram, e só ter atenção que tudo dá certo.

Fim da turma Bravo

Enquanto nós da turma A estávamos em recesso a outra continuou suas aulas normalmente. Devido a isso eles terminaram seus assuntos antes de nós. Apesar de termos pouco contato com eles na Nav, sempre nos encontramos fora da escola. Conheci ótimas pessoas daquela turma, espero que todos tenham muito sucesso, não desistam dos seus objetivos, essa foi só a primeira fase. O caminho é árduo mas a recompensa é mais do que satisfatória, é um sonho para a grande maioria. Espero encontrá-los por esses céus, nos hangares da vida ou muitas vezes em terra meus amigos. Trilhem seus caminhos com bastante coragem, ética, sabedoria e amor à profissão. Aqui ficam os meus sinceros abraços a:

Renato

Thyago

Pablo

Felipe

Sacha

Silva Filho

Nancy

Gutierrez

Lobo

Raphael

Mário

Aluisio

Carlos

Aqui acaba mais uma Literatura de Piloto Privado. Obrigado pela leitura. Seu comentário é muito importante. Todos serão respondidos. Não se esqueçam da rifa.

Grande Abraço a todos e semana que vem tem mais.

Edson Alves.

Alexandre Sales
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