Os abalroamentos durante a 2ª Guerra Mundial

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Dentre as técnicas de abalroamento empregadas em combate, a asa pode ser utilizada como uma boa arma na questão de danificar a aeronave do inimigo, e até mesmo fazer com que ele perca o controle. Alguns aviões soviéticos, como o Polikarpov I-16, tinham as asas com a estrutura reforçada, justamente para ser usada para essa finalidade.

No período da Segunda Guerra, houve muitos abalroamentos. Tratando-se de pilotos soviéticos, então, há diversos relatos de ataques desse gênero contra os pilotos da Luftwaffe, principalmente nos primeiros dias de hostilidades na guerra. No primeiro ano do conflito, a maioria das aeronaves soviéticas era considerada inferior às alemãs. Esse foi um dos motivos pelos quais as colisões forçadas eram as únicas formas de garantir a destruição do inimigo.

Mesmo com as aeronaves soviéticas sendo menos potentes, as táticas aéreas alemãs no início da guerra criavam condições favoráveis para esses ataques forçados. Com o tempo, as táticas foram mudando. Para se ter uma ideia, no primeiro dia da invasão alemã da União Soviética, ocorreram nove ataques desse tipo, uma em menos de uma hora. A piloto Yekaterina Zalenko, por exemplo, fez um mergulho fatal com seu Su-2 contra um Bf 109. Ambos os pilotos morreram, e ela foi a única mulher conhecida por ter realizado um abalroamento aéreo. No total, a Força Aérea Soviética fez mais de 580 ataques desse tipo.

A RAF também teve sua oportunidade, o primeiro contra um Heinkel He.111P foi em 1940, naquele mesmo ano, eles destruíram um Dornier Do-17 sobre Londres, um Messerschmitt Bf 109, um Fiat CR.42 perto de Harwich, Inglaterra e até mesmo utilizando a asa para desviar a trajetória de uma bomba voadora V-1, todos realizados com aeronaves Hawker Hurricane.

Também em 1940, a Grécia abateu um Savoia Marchetti SM.79, após detonar o leme de direção dele com um PZL P.24, o Reino da Ioguslávia conseguiu derrubar três Bf 109’s dessa forma em uma única resposta a um ataque alemão que contava com cerca de 30 aeronaves. Os japoneses não tem nem o que falar, a lista seria bem grande, por parte da Alemanha, temos alguns textos que falam dos ataques desse gênero.

Um piloto francês também realizou tal ataque, mas não foi contra uma aeronave, o piloto Jean Maridor usou seu Supermarine Spitfire para detonar uma bomba voadora V-1, onde ele se morreu na hora com a detonação da ogiva. Maridor já havia danificado o V-1 quando havia disparado com seus canhões, mas tomou a decisão de jogar seu avião contra a bomba enquanto ela mergulhava em direção a um hospital de campanha militar em Kent, Inglaterra.

Andrews Claudino