Prático de Piloto Privado 14

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Saudações amigos do Canal Piloto.

Manobra de hoje: Estol de 1º, 2º, 3º tipo com e sem motor.

Estol ou perda de sustentação é um termo utilizado na aviação, que significa a separação do fluxo de ar do extradorso da asa, resultando em perda total de sustentação. A manobra de estol consiste em aumentar o ângulo de ataque da aeronave, até que ocorra a perda de sustentação da mesma. A velocidade de estol do Paulistinha é de 39mph.

Uma semana depois de fazer o pré-estol, estava de volta ao aeroclube para a manobra de estol. Cheguei cedo, me apresentei e fomos para o briefing. O voo seria; ir do aeroclube até a área de treinamento e fazer as manobras de 1º, 2º e 3º tipo.

Estol de 1º tipo com motor: reduzimos a potência para 1800rpm e aumentamos o ângulo de ataque, cabrando o manche até o botão da mistura ficar na linha do horizonte. Seguramos a aeronave até ocorrer à perda de sustentação. Alivia-se o manche e completamos o motor até voltarmos para o voo reto horizontal. 

Estol de 2º tipo com motor: reduzimos a potência para 1800rpm e aumentamos o ângulo de ataque, cabrando o manche até a base dos tanques ficarem na linha do horizonte. Seguramos a aeronave até ocorrer à perda de sustentação. Alivia-se o manche, e quando o nariz cruzar a linha do horizonte, completa-se o motor até voltar para o voo reto horizontal. 

Estol de 3º tipo com motor: reduzimos a potência para 1800rpm e aumentamos o ângulo de ataque, cabrando o manche até os pedais ficarem na linha do horizonte. Segura-se então a aeronave até ocorrer à perda de sustentação. Alivia-se o manche, deixando a aeronave entrar em um leve mergulho, quando a velocidade chega a 60mph, inicia-se a recuperação e depois de recuperar, aplicamos o motor até o voo reto horizontal.

Estol de 1º Tipo sem motor: reduzimos a potência para 1300rpm e aumentamos o ângulo de ataque, cabrando o manche até o botão da mistura ficar na linha do horizonte. Seguramos a aeronave até ocorrer à perda de sustentação. Alivia-se o manche e completamos o motor até voltar para o voo reto horizontal.

Estol de 2º Tipo sem motor: reduzimos a potência para 1300rpm e aumentamos o ângulo de ataque, cabrando o manche até a base dos tanques ficarem na linha do horizonte. Seguramos a aeronave até ocorrer à perda de sustentação. Alivia-se o manche, quando o nariz cruzar a linha do horizonte, completa-se o motor até voltar para o voo reto horizontal.

Estol de 3º Tipo sem motor: reduzimos a potência para 1300rpm e simultaneamente, já trazemos o nariz para dar tempo de chegar ao estol de 3º tipo, até que os pedais fiquem na linha do horizonte. Se segura a aeronave até ocorrer à perda de sustentação. Alivia-se o manche, deixando a aeronave entrar em um leve mergulho, quando a velocidade chegar a 60mph, iniciamos a recuperação e depois de recuperar, aplicamos o motor até o voo reto horizontal.

Aproveitei para prestar mais atenção, para caso ocorra uma queda de asa e um parafuso acidental.

Parafuso Acidental

Potência ……………………… Toda reduzida

Pedal ………………………….. Contrário ao giro até o batente

Manche ………………………. Neutralizar

Quando parar de girar, centralizar os pedais e recuperar, cabrando suavemente.

Todo o briefing realizado, aeronave inspecionada, notificação pronta, vamos ao voo. Decolamos e aproamos a represa de Bragança Paulista, como já tinha aeronaves fazendo treinamento na área, resolvemos ficar ao lado do morro Lopo, próximo à cidade de Extrema-MG. 

O instrutor me mostrou uma vez como faz o estol e deixou comigo os comandos, comecei então a fazer os estóis. Começamos com o de 1º tipo com o motor, foi tranquilo, 2º tipo com motor, estava muito concentrado que nem senti o frio na barriga, e foi feito, chegou o estol de 3º tipo com motor; feito. Também com satisfação fiz seis estóis até chega a cidade de Extrema.

Sobrevoando a cidade de Extrema, fizemos um 180º e continuamos as manobras, só que algo atípico começou a acontecer, comecei a errar os estóis. Foram erros nos estóis de 3º Tipo, em alguns momentos eu aplicava motor com aeronave ainda no mergulho, o instrutor me corrigia, outro momento cabrei demais, com a atitude da aeronave os pedais estavam acima da linha do horizonte, resultando em um mergulho mais acentuado.

Voltando para Bragança, todos os estóis de 1º e 2º tipo foram feitos com total satisfação, tive somente um pouco de dificuldade nos de 3º tipo, pousamos e fomos ao debriefing. Conversando com o instrutor, ele me disse: “Não sei o que aconteceu, na ida você acertou todos, pensei que iria te aprovar de primeira, mas na volta você errou todos.” Eu percebi e aceitei meus erros, mas não me acomodei com eles.

Ele deixou uma anotação para no voo seguinte, para repeti somente os estóis de 3º tipo, estando apto, poderia me passar para glissada. Agradeci o instrutor e voltei para casa.

Rafael Torquato.

Alexandre Sales
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