Prático de Piloto Privado 17

posted in: Rafael Torquato, Textos | 10

Saudações comandos.

Depois de 1 mês sem escrever, estou voltando. Nesse período de tempo, comecei a trabalhar e as matérias da faculdade intensificaram, mas continuei voando. Porém, vamos ao que interessa:

TGL
Touch and Go Landing – Toque e Arremetida

Após ter sido aprovado em glissada, agora chegamos a manobra que a maioria das pessoas demoram um pouco mais para serem aprovadas.

Podemos simplificar a manobra de TGL assim: A manobra consiste somente em decolar, fazer o circuito de trafego, pousar, arremeter e assim sucessivamente. O objetivo é o aluno adquirir proficiência e confiança na manobra.

Cheguei ao aeroclube, me apresentei para o voo e fomos ao briefing. Conversamos sobre como seria a manobra (já que seriam meus primeiros pousos), junto com o alerta aos procedimentos.

  1. Faria o Briefing de Decolagem.
  2. Alinhar a aeronave com o eixo da pista.
  3. Neutralizar pedais.
  4. Checar bússola.
  5. Calcanhares longes dos freios.
  6. Aplicar gradativamente toda a potência.
  7. Havendo indicação de velocidade, manche à frente.
  8. Rodar a 60mph
  9. Subir a 65mph
  10. Ajustar a potência para 2200rpm
  11. Alerta aos procedimentos de emergência.

Decolaríamos da cabeceira 16, faríamos o cheque de 500’ AGL e manteríamos o circuito fazendo curvas de pequena inclinação subindo até 1000’ AGL.

No último terço da pista, abrimos o ar quente, e no través da cabeceira iniciamos o voo planado (1000rmp, 65mph), compensamos a aeronave, rodamos base e final. Cruzando a cabeceira, quebramos o planeio e vamos trazendo a aeronave suavemente até estolar e tocar com 3 pontos.

Mantemos o controle no solo, completamos o motor e arremetemos, começando novamente o procedimento.

Hoje eu acho simples falar, mas naquela época foi complicado.

O vídeo foi da minha primeira hora de TGL, obviamente com muitos erros, mas estou aqui para ensinar e contar como realmente foram os fatos.

Então, vamos ao voo em si.

Aeronave inspecionada, feita a notificação, me amarrei e o famoso grito.
“Freado, Cabrado e Livre?”

Taxiamos até a cabeceira 16, fizemos o cheque de cabeceira, falei todos os cheques de emergência e o instrutor avisa, “Está contigo agora”.

Aguardei a passagem do trafego, alinhei a aeronave, coração bateu forte, o instrutor diz: “Estou contigo, se precisar estou aqui”.

Respirei fundo e completei o motor. A aeronave começa a correr e eu não enxergava a frente do avião, tinha que aguardar a indicação de velocidade. Quando o ponteiro indicou a velocidade, levei o manche a frente, a aeronave ficou boba na pista, começou a ir para o lado, eu fui dando pedal contrario para tentar controlá-la no solo. Reparem no vídeo que a aeronave faz um “zigue-zague”. Rodei a 60mph e mantive a referencia subindo a 65mph.

  1. Cheque de 500’ AGL: 
  2. Temperatura e Pressão faixa verde.
  3. 65mph. 
  4. 2200rpm. 
  5. Cheque de área.

“Direita, Proa, Esquerda livre” iniciei a curva para ingressar na perna de través e após na perna do vento. Como aprendemos na manobra voo em retângulo. A distância do circuito de trafego é o intermontante em cima da pista.

No último terço na pista abri o ar quente, que serve para evitar a formação de gelo no carburador durante o voo planado.

No través da cabeceira, se reduz toda a manete de potência, compensa a aeronave a 65mph e vamos descendo. A partir daí, calculei o melhor momento para rodar base e final.

Cheque de Final:

  1. Ar quente fechado
  2. Mistura rica
  3. Pista livre.

Estava levando a aeronave com calma e elegância. Quando cruzei a cabeceira oposta, era hora de iniciar a quebra de planeio, que é apenas trazer a aeronave do voo descendente para o reto horizontal, mas eu não o fiz, acabei tocando forte, torto (entrei de roda). A aeronave vem com energia, quica no solo e o piloto sente tudo dentro da cabine.

Fiz a correção, colei o manche, controlamos a aeronave no solo e arremetemos para um novo pouso. Nesse 2º pouso, fiz a perna do vento um pouco mais longa, e acabei chegando baixo. Na final, tive que colocar um pouco de motor até voltar para a rampa e viemos para o toque.

Os pousos foram ruins, mas, na minha concepção, foram muito satisfatórios para os primeiros pousos. Obviamente não o suficiente para ser aprovado na manobra, mas o suficiente para tirar um pouco a ansiedade e criar uma referência de como é pousar.

Ao todo, foram 06 pousos. No último, taxiamos até o pátio, cortamos o motor e fomos ao de briefing.
Conversamos como foram os procedimentos:

  • Cheques – Todos decorados; estava teoricamente preparado.
  • Decolagem – Perdia o eixo da pista na decolagem, melhorar o controle nos pedais.
  • Circuito – Perfeito, as vezes rodava um pouco baixo precisando colocar motor na final.
  • Pouso – Esse foi ruim mesmo, não estava quebrando o planeio, arredondava errado, entrava de roda.

Independe dos erros e acertos, o voo foi muito proveitoso sentir realmente a aeronave. Era questão somente de prática para ser aprovado na manobra. Agradeci o voo e agendei para novamente fazer mais algumas TGL.

“Tentar adquirir experiência apenas com a teoria é a mesma
coisa que tentar matar a fome apenas lendo o cardápio”
Lucas Teixeira.

Bons voos.

Rafael Torquato

Alexandre Sales
Redes
Latest posts by Alexandre Sales (see all)