Prático de Piloto Privado 36

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Saudações comandos.

Após aprovado na manobra Emergências no Circuito, era a vez de fazer a PS13 – Correções.

Meu voo estava agendado para as 15h. Acordei cedo, me dirigi até o Terminal Rodoviário do Tietê e comprei a passagem para Bragança Paulista. A ideia era torcer para que houvesse uma desistência no período matutino e talvez conseguisse um encaixe. O aeroclube estava com poucos Paulistinhas em operação, devido à manutenção.

Quando me apresento para o voo, acabo encontrando outro colunista aqui do site, Lucas Ferrão. Estava aguardando para voar (ou tentar encaixe), e tentei argumentar na medida do possível para que cancelasse sua hora de voo e que priorizasse os veteranos, aqueles que estão em manobras mais a frente.

Meus argumentos não foram tão convincentes e ele decolou antes de mim. Tive que aguardar ele voltar com a aeronave para que pudesse voar.

Aeronave de volta, comecei a inspeção com maior cuidado e atenção possível (pois era o Ferrão que tinha voado). Completada a inspeção, fui ‘brifar’ e notificar.

No briefing, sentei com a instrutora e conversamos como seria a manobra.

Correções: Consiste em o instrutor forçar o avião em uma atitude anormal, como forçar uma entrada de roda ou uma perda de eixo.

O objetivo é treinar o aluno para atuar no momento correto e de forma correta nos comandos caso ocorra situações anormais. Vale ressaltar que, se aprovado, a próxima manobra a ser feita é o voo solo.

Resumidamente e popularmente: O instrutor vai chutar pedal, dá asa, vai dar pane, o tempo todo para saber se você está apto a solar. O voo seria um toque e arremete.

Após o briefing, notificamos e vamos voar. Iniciei o táxi, fiz o cheque de rolagem, ingressei na cabeceira, completei motor e decolei.

Foram três circuitos ao todo. A atmosfera estava chata e flutuando bastante.

Logo após a decolagem, fiquei imaginando caso houvesse pane, onde pousaria, se dava para voltar para pista, aquele dilema do voo anterior, mas sem tanta pressão.

Fiz o circuito de trafego, no final da perna do vento, recebo uma pane.

Primeiro passo foi encurtar a distancia da pista, e aproveitar que estava flutuando para agir com mais calma. Rodei base e final, quando fui tocar, estava quase estolando, sinto o manche indo para frente e acabei entrando de roda.

A aeronave tocou, subiu, trouxe para os três pontos e pousei. Levantei a cauda, comecei a corrida, tirei do chão e novamente outro circuito.

No prolongamento do eixo da pista, sinto a instrutora fazendo força no manche, para abaixar uma das asas e fiz mais força para não deixa-la abaixar a asa. Aplicava os pedais bem leve, quase imperceptível para ir perdendo o eixo aos poucos, mas nisso eu estava atento e também não o deixava.

Na perna do vento, tomei uns pedais fortes, que não tinha o que fazer a não se deixar o avião ir e depois trazê-lo de volta. Rodei base e o vento estava mediano, mas nos empurrava bastante, encurtei a base, rodando final devagar e esperando que o vento fizesse o restante, me ajudando a alinhar com o eixo da pista.

Quando enquadrei a final, estava à direita da pista, tive que ir fazendo as correções até o toque, o que aumenta a dificuldade do voo.

Mantive a correção até o toque, nesse a instrutora não precisou força os comandos, pois fiz um pouso ruim.

Na arremetida, tomei uma pedalada forte, aeronave perdeu o eixo, fui busca-lo de volta, tirei do chão um pouco mais de 55mph, evitando assim problemas. Mas sempre devo tira-lo chão com as asas niveladas.

Busquei o prolongamento do eixo e rodei perna do vento. Era o ultimo circuito mediante ao trafego.

Alonguei a perna do vento, esperei afundar bastante, rodei base. Resolvi rodar final, agora dando menos asa para que com a ajuda do vento, quando terminar a curva está alinhado com a pista. Fiquei levemente à direita. Toquei três pontos, taxiei e cortei motor.

No debriefing, eu estava desanimado. A instrutora me pergunta o que achei do meu voo.

“Horrível”, respondi, lembrando que tive vários erros, errinhos bobos, que não acontecem normalmente.

Erros nas mudanças de atitude, erros nas curvas, no circuito de trafego, coisinhas bem simples, mas repetitivamente acabou prejudicando o voo.

A instrutora me diz: “Eu sei que você sabe voar, já voei contigo, seu voo é tranquilo, só que você não ficou padrãozinho”.

Concordei plenamente com a decisão, agradeci, pedi desculpas e tentarei semana que vem.

Bons voos e boa semana a todos.

Rafael Torquato

Renato Cobel
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