Senta a Púa – Rui

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A Força Aérea Brasileira nasceu no dia 20 de janeiro de 1941. No ano seguinte,  no dia 31 de agosto, o presidente Getúlio Vargas declarou guerra ao eixo. Só em dezembro de 1943 é que foi criado o 1º Grupo de Aviação de Caça.

Três meses após o desembarque na Normandia, em junho de 44, o grupo tinha acabado o treinamento no Panamá e partiu para a Europa, sendo o único país sul-americano a mandar tropas para o teatro de operações.

Imaginando que a guerra terminaria logo, o governo brasileiro não enviou reposições para os pilotos abatidos em combate ou impossibilitados de voar. Ao todo, quarenta e nove oficiais aviadores foram enviados ao Mediterrâneo, mas ao final de pouco mais de seis meses de combate restaram apenas 23 pilotos disponíveis. Todos voluntários comandados pelo major aviador Nero Moura.

Durante oito meses, de outubro de 44 a maio de 45, o 1º Grupo de Caça, baseado na Itália, executou 445 missões. No dia 22 de abril de 1945, o grupo conquistou um recorde de quantidades de missões em um mesmo dia. Com apenas 22 pilotos, o grupo executou 11 missões e 44 surtidas.

O avião escolhido pelos oficiais e adquirido pelo governo brasileiro foi o P-47 Thunderbolt, sendo usado apenas para ataque ao solo, pois a supremacia aérea na região, já havia sido conquistada.

Cada missão era geralmente executada sob forte artilharia antiaérea inimiga e durava cerca de duas horas e meia de voo tenso e perigoso. A perda era de 3 pilotos por mês, em média. Do total de 47 que fizeram pelo menos uma missão de guerra, 5 caíram prisioneiros e 5 foram mortos em combate.

Para uma comparação das exigências que um piltoto brasileiro enfrentou, é importante citar que um piloto americano passava para retaguarda ao completar no máximo 35 missões. O Tenente Alberto Martins Torres fez 100 missões em combate.

Entre tantos heróis da aviação brasileira de guerra, deve-se destacar o brigadeiro Rui Moreira Lima que executou 94 missões na Itália. Uma maranhense que representou o Brasil com bravura e honra. É para ele e sua família, que nós aviadores mandamos nosso respeito e admiração, desejando bons voos ainda que em céu turbulento.

Este breve resumo é apenas uma homenagem aos brasileiros que já nos trouxeram orgulho e demonstração de caráter, tão em falta atualmente.

Senta a Pua! 

Renato Cobel
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