Algumas etapas devem ser cumpridas antes de uma decolagem, desde em uma aeronave de pequeno porte, até no cockpit de um Boieng 747. Alguns procedimentos já estão previstos nos manuais dos pilotos: a forma como se deve executar uma manobra, quais são os seus limites, até mesmo quais os procedimentos em casos de emergência.
Executar uma aproximação fora da rampa ou voar baixo demais são situações quase hipotéticas, já que os instrumentos fornecem eletronicamente os procedimentos a serem tomados pelos pilotos, como sua trajetória de descida, informando até mesmo o relevo à sua frente.
A introdução de procedimentos via sinais de satélites foi um grande passo evolutivo. Em certas aproximações, como em casos de visibilidade restrita, seria inviável (e até inseguro) o piloto realizar o procedimento sem o auxílio desses equipamentos. Notamos que, a cada dia, os equipamentos de voo estão mais eficientes, e a navegação, mais precisa e segura.
Mas com toda a tecnologia, manuais, checklists e palestras sobre segurança de voo, nos questionamos: por que tantos acidentes ainda acontecem?
Ainda temos pilotos operando as máquinas, e estes podem deixar de seguir a rotina mais adequada em determinada situação, colocando a aeronave em situação de risco ou mesmo levando a um acidente fatal. Dados da ANAC informam que 85% dos acidentes, sendo eles fatais ou não, têm como principal fator contribuinte a falha humana.
No intuito de minimizar essas falhas, cursos de CRM (Crew Resource Management, ou seja, Gerenciamento de Recursos da Tripulação) estão sendo ministrados a todos os envolvidos no voo, enfatizando o relacionamento entre o indivíduo e as outras pessoas no local de trabalho. Esta capacitação está relacionada com a liderança, a cooperação da tripulação, interações de personalidade e de time de trabalho. Na aviação, o advento do Gerenciamento de Recursos da Tripulação (CRM) resultou em um considerável foco nesses aspectos.
O treinamento em CRM promove o trabalho como time e focaliza o gerenciamento de erros humanos normais. Tem como objetivo enfatizar o gerenciamento da consciência a respeito dos fatores humanos para a tripulação, os quais poderiam causar ou exacerbar os incidentes que afetam a condição segura das operações aéreas. Utilizam-se essas habilidades para integrar as operações das aeronaves comerciais, com segurança.
Mas não somente os aviões comerciais merecem atenção no tocante ao problema do fator humano. Aeronaves menores também precisam dessa atenção, da troca de informações entre piloto e copiloto. Mesmo que este último traga pouca experiência, ele pode ser fundamental para superar as dificuldades que possam encontrar no voo.
Em virtude deste fato, muitas escolas de aviação civil estão ministrando cursos de Gerenciamento de Cabine. Mesmo para pilotar aviões de pequeno porte, faz-se necessário o CRM.
A Anac afirma que a falta de CRM é aliada dos procedimentos não padronizados e propensos a falhas.
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