Nesta semana, em nosso mais recente vídeo, comentamos com nossos leitores sobre uma das mais aguardadas notícias da aviação brasileira nos últimos anos: a decisão final da ANAC sobre a obrigatoriedade do curso teórico homologado para Piloto Privado. O assunto esteve em pauta desde que a última emenda da RBAC 61 previa instituir a obrigatoriedade do curso, até então opcional para os que desejam se tornar pilotos privados.
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Sem dúvida, muitos ficaram felizes em receber a tão esperada notícia: a obrigatoriedade, enfim, caiu por terra em caráter definitivo. Mesmo assim, os cursos homologados para Piloto Privado continuam existindo, o que leva muitos futuros pilotos a se perguntarem: devo estudar por conta própria, ou fazer o curso homologado? Qual opção é a mais recomendada para o meu caso? Vejamos, então, alguns pontos a se considerar no momento dessa decisão:
Quando estudar por conta própria?
A atraente opção de economizar o dinheiro do investimento em um curso homologado deve ser considerada por aqueles que, antes de tudo, têm aptidão para o estudo autodidata. Isso requer muita disciplina e organização, além de disponibilidade. Um bom aluno autodidata é aquele que, religiosamente, separa no mínimo uma hora por dia para os seus estudos – incluindo finais de semana! Mesmo possuindo um kit para piloto privado com os livros e materiais de sua preferência, o aluno que estuda por conta própria deve ter disposição para pesquisar sobre os assuntos que encontrar dificuldades para compreender. Além disso, é natural que o estudo autodidata leve mais tempo do que o estudo formal. Portanto, esta é uma opção indicada para quem não tem urgência em se formar.
E quando procurar um curso homologado?
Se “disciplina” e “organização” não estão entre as palavras mais frequentes do seu vocabulário, se você tem dificuldades em pesquisar e aprender por conta própria, ou ainda, se você tem urgência em se formar como piloto, o curso homologado é uma ótima opção para você. Ainda que não seja obrigatório, o curso homologado oferece a orientação especializada dos instrutores, o ritmo forte ditado pelo calendário da escola, além da troca de experiência com outros alunos, o que enriquece em muito o seu aprendizado. Você pode oferecer ajuda com seus pontos fortes, ser ajudado em seus pontos fracos, e ainda, compartilhar de dificuldades que farão com que todos aprendam juntos – de quebra, com a possibilidade de fazer amigos para toda uma vida aeronáutica.
Por fim, é importante ressaltar que não há qualquer vantagem ou desvantagem por se formar de uma maneira ou de outra. A favor do aluno autodidata, pesa o mérito de ser aprovado, por conta própria, em uma prova onde muitos precisam de orientação; a favor do aluno do curso homologado, por outro lado, pesa a reputação da escola onde se graduou, e a certeza de que todo o conteúdo teórico foi estudado de acordo com um programa aprovado pela própria ANAC. Ao final, como em praticamente tudo na aviação de instrução, não há uma escolha melhor ou pior: há, sim, a escolha mais adequada para cada caso.
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