Filme: Alto Controle (1999)

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“Você pode pousar um milhão de aviões em segurança. Basta ter apenas uma colisão em pleno ar, e lembrarão de você por isso pelo resto da vida”. É com essa frase, popular entre controladores de voo dos Estados Unidos, que o diretor Mike Newell dá início ao filme “Alto Controle” (“Pushing Tin”, no título original), de 1999, estrelado por John Cusack e Billy Bob Thornton.

O filme conta a história de Nick “Zone” Falzone, um controlador do controle de aproximação do aeroporto de Newark, pertencente à terminal de Nova Iorque, a mais movimentada do mundo. Falzone, interpretado por John Cusack, controla habilmente o intenso tráfego de sua posição, de forma inigualável pelos seus colegas. No entanto, a chegada de outro controlador, recentemente transferido para o setor de Falzone, ameaça abalar sua hegemonia em seu próprio território.

Russell Bell, interpretado por Billy Bob Thornton, é um controlador pacato, de poucas palavras, e com fama de não ter lá grande sanidade mental. Totalmente oposto ao colega/rival, Russell faz o tipo tranquilo e descolado, algo que incomoda o agitado e competitivo Falzone. Como se não bastasse, Russell chega à cidade acompanhado de sua estonteante esposa, a jovem Mary Bell, interpretada por uma Angelina Jolie no auge de seus 23 anos. Falzone, então, inquieta-se em tentar entender como alguém tão despreocupado pode ser páreo às suas habilidades de controlador, e ainda possuir diversos outros dons. Poderia essa inquietação fazê-lo perder o controle de seus aviões, de sua vida pessoal e de si mesmo?

É preciso dizer que “Alto Controle” não foi, exatamente, um filme bem recebido pelos espectadores, conforme os controversos comentários dos mesmos pela internet afora. Até mesmo em sua página no site IMDb, referência em informações cinematográficas, sua classificação é um pouco confusa: o filme é, curiosamente, enquadrado ao mesmo tempo como “comédia” e “drama”, além de ser classificado também como “romance”. Sua estrutura, sem um clímax definido e com pouca relação entre as diferentes cenas, torna o filme um pouco sem sequência, pobremente interligado, e até mesmo monótono para muitas pessoas.

Aos pilotos e entusiastas, vale por retratar a estressante vida de um controlador de tráfego, e pela fraseologia corretamente empregada pelos atores, estritamente conforme os padrões de fonia da FAA. Se você está treinando para tirar sua certificação ICAO, assistir a este filme pode ser um treino interessante. Certifique-se apenas de ter os ouvidos bem atentos: nem todas as instruções foram transcritas para as legendas, e para compreender tudo o que se passa, será preciso ter ouvidos bem treinados.

Confira abaixo o trailer do filme:

Luiz Cláudio Ribeirinho
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