História das Companhias Aéreas – Capítulo 22

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Capítulo_22

A Companhia Mexicana de Aviación, ou simplesmente Mexicana como ficou conhecida, foi a primeira companhia aérea do México. Criada em 12 de julho de 1921 e iniciando suas operações em 1923, sua missão inicial era operar a rota Cidade do México – Tampico, transportando os salários dos trabalhadores do campos de petróleo próximos a Tampico. Para isso, utilizavam aeronaves Lincoln Standard J-1 Speedster, pequenos biplanos monomotores com capacidade para dois tripulantes.

A companhia funcionou por quase um século – 89 anos, para ser mais preciso – atravessando décadas e operando sob diversos cenários financeiros. Ao longo dos anos, em sua frota foram vistos desde monomotores Fairchild FC2 a pistão até os modernos Airbus das séries A318, A319, A320 e A330, passando por Fokkers F.10, Douglas DC-3 e DC-4 e Boeings 727.

Em sua primeira década de existência, a Mexicana teve em seu quadro de pilotos ninguém menos do que Charles Lindbergh, o famoso pioneiro que fez o primeiro voo solo sobre o Atlântico da história, indo de Nova Iorque a Paris a bordo do Spirit of St. Louis. Lindbergh pilotou para a Mexicana na ocasião da estreia da rota Cidade do México – Tuxpan – Tampico – Brownsville (Texas), a primeira rota internacional de sua história. Além de pilotar pela companhia, Lindbergh também desempenhou um papel importante em suas primeiras estruturações.

A companhia vivenciou diversos cenários de crises ao longo das décadas, como a crise do petróleo na década de 70. Curiosamente, mesmo em um cenário desfavorável ao resto do mundo, a Mexicana conseguiu resultados extremamente positivos, com aumento de volume de passageiros atendidos e de vendas de passagens. Por vários anos, enfrentou a competitividade da Aeroméxico, a atual companhia de bandeira de seu país. Outras importantes concorrentes foram as empresas Volaris e Interjet, que ingressaram no mercado mexicano trazendo o conceito low-cost de operação. Para adaptar-se a essa realidade, a Mexicana criou a Mexicana Click, uma subsidiária que também operava com custos reduzidos de passagens.

Desde 2010, a Mexicana encontra-se com suas operações suspensas. Sua atual administradora, o Grupo Posadas, vem tentando ações junto ao governo mexicano que possibilitem salvar a empresa da falência e permitir sua reestruturação. Entre estas ações, está a investigação da gestão do ex-presidente da Mexicana, Manuel Borja Chico, na qual alega-se que ocorreram sonegações de impostos da ordem de 54.500.000 pesos mexicanos.

Luiz Cláudio Ribeirinho
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