História das Companhias Aéreas – Capítulo 66

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Capítulo 66b

A ETA – Empresa de Transporte Aéreo foi uma das primeiras companhias brasileiras cuja fundação objetivava, primariamente, os serviços de transporte de Correio Aéreo. A ideia de sua criação surgiu em 1927, quando o ás da Força Aérea Americana Raplh O’Neill apresentou, ao governo americano, a intenção de estabelecer uma companhia aérea postal que interligasse os Estados Unidos à América do Sul. Para isso, duas hipóteses de solução foram cogitadas: criar uma linha americana que voasse até a América do Sul, ou trabalhar em parceria com uma companhia aérea local.

Vislumbrando a segunda hipótese como a mais viável, O’Neill buscou, na América do Sul, parceiros para a sua empreitada. Veio então a conhecer os irmãos Benjamin e Alexandre Braga, e o empresário Ruy Vacani, que juntos já planejavam constituir uma linha aérea. A ETA foi então fundada em 10 de Agosto de 1928 pelos brasileiros, a quem o governo brasileiro concedeu o direito de explorar, comercialmente, voos por todo o território nacional. O’Neill, no entanto, desejava o direito de exploração postal exclusiva do espaço aéreo brasileiro, o que era legalmente impossível, inviabilizando sua participação na sociedade.

Mesmo sem a participação de seu principal idealizador, a ETA seguiu adiante com suas operações, transportando malotes de correio entre as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, em voos que duravam longas 3 horas e 45 minutos. A frota da companhia era composta por três aeronaves Klemm KL-25, que voavam entre os aeroportos do Campo de Marte, em São Paulo, e Manguinhos, no Rio de Janeiro – este último, já extinto nos dias atuais. Leves e de fácil montagem, os Klemm KL-25 possuíam trens de pouso com rodas, algo incomum para a época, onde as demais empresas brasileiras operavam predominantemente com hidroplanos.

O interesse em manter as operações não duraria por muito tempo, e a ETA – Empresa de Transporte Aéreo viria a encerrar suas atividades em 1929, apenas um ano após a sua efetiva fundação. Dois de seus aviões foram então vendidos à Varig, enquanto o destino da terceira aeronave permanece desconhecido até os dias de hoje.

Luiz Cláudio Ribeirinho
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