História das Companhias Aéreas – Capítulo 78

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Localizada em um arquipélago no paradisíaco Caribe, a República de Cuba é conhecida mundialmente como um dos últimos redutos do regime socialista. A apenas 150 quilômetros dos Estados Unidos, Cuba também tornou notória sua rivalidade com a política americana, que lhe rendeu anos de embargos econômicos. O país também tem como símbolos nacionais os charutos ali produzidos, a música caribenha de qualidade produzida por nomes como Buena Vista Social Club e Orishas, o histórico líder revolucionário Fidel Castro, além de sua medicina de referência mundial e de seus pontos turísticos como a cidade resort de Varadero, que atraem pessoas de todo o mundo em busca de turismo ou tratamento médico.

Para esses propósitos, o arquipélago é servido por sua companhia de bandeira, a Cubana de Aviación. Sob controle do estado cubano desde 1959, a companhia foi fundada em 8 de Outubro de 1929 com o nome “Compañía Nacional Cubana de Aviación Curtiss S.A.”, denotando sua associação com a fabricante de aeronaves Curtiss Aircraft. Esta fornecia a aeronave Curtiss Robin para as primeiras operações da companhia, que contavam também com o Lockheed Electra L-10, o Ford Trimotor e o anfíbio Sikorsky S-38. Suas primeiras rotas partiam da capital do país, Havana, em direção às cidades de Camaguey, Guantánamo e Baracoa. Para esse último destino, partiam também voos da cidade de Santiago de Cuba.

A Cubana de Aviación desempenhou importante papel na criação da Associação do Transporte Aéreo Internacional (IATA), da qual participa como membro fundador. A conferência que deu origem à organização aconteceu justamente na cidade de Havana, em abril de 1945. Naquele mesmo ano, iniciaram-se os voos internacionais da companhia, através de uma rota com destino a Miami, operada por aeronaves Douglas DC-3. Estes foram, inclusive, os primeiros voos de origem latino-americana com destino àquela cidade.

Com o advento da Revolução Cubana em 1959, o regime ditatorial assumiu o controle da companhia, que contava com a Pan Am como um de seus principais investidores. No ano de 1961, houve a quebra de relações diplomáticas com os Estados Unidos, resultando no embargo econômico instaurado no ano seguinte. Com isso, a companhia teve de buscar na União Soviética novos fornecedores para sua frota, que passou a contar com aeronaves Ilyushin e Antonov. Com a dissolução da União Soviética e o fim da Guerra Fria, o fornecimento de aeronaves e peças começou a sofrer precariedades. Aeronaves voaram por um período de tempo superior ao recomendado, recebendo peças de reposição a partir da canibalização de outras aeronaves da companhia.

A Cubana de Aviación reergueu-se com um processo de renovação de frota, iniciado em 2004. No ano seguinte, uma joint-venture foi estabelecida com a Iberia Airlines, possibilitando a manutenção de aeronaves ocidentais, de fabricantes como Boeing e Airbus. Atualmente, a companhia conta com aeronaves Airbus, Antonov, ATR, Ilyushin e Tupolev em sua frota, atendendo a destinos no Caribe, na Europa e nas Américas.

Luiz Cláudio Ribeirinho
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