A Eastern Airlines foi uma das mais importantes linhas aéreas da aviação civil americana, tendo operado entre os anos de 1926 e 1991. Ao lado da American Airlines, da TWA e da United Airlines, a Eastern compôs o quarteto das principais companhias aéreas americanas conhecido como “Big Four”. Apesar de operar desde 1926 como um conglomerado de outras pequenas companhias postais, o nome “Eastern Airlines” surgiu quando a companhia foi adquirida por Eddie Rickenbacker, um ás da Primeira Guerra Mundial, que arrematou a companhia das mãos da General Motors.
A gestão de Rickenbacker levou a companhia ao patamar de linha aérea mais rentável do período pós-guerra, nunca requerendo subsídios do governo para manter suas operações. Em meados de 1939, a Eastern Airlines possuía quinze partidas semanais da cidade de Newark, em voos com destino a Washington, Miami, Richmond, Atlanta, Tallahassee e Memphis. Em 1961, a Eastern inaugurou o Shuttle Service, um serviço inovador que oferecia voos de hora em hora partindo de Nova Iorque com destinos a Washington e Boston, algo revolucionário em uma era onde a viagem aérea ainda era considerada um serviço de luxo. No entanto, apesar de sua visão inovadora e arrojada, Rickenbacker relutava em levar a companhia à era dos jatos, o que levou a Eastern Airlines a perder mercado perante suas concorrentes. A situação viria a mudar com a saída de Rickenbacker do corpo diretivo da empresa, no final de 1963.
Ingressando na era dos jatos, a Eastern foi a primeira companhia a operar os Boeings 727 e 757, além de ser a primeira linha aérea americana a utilizar o europeu Airbus A300. Os voos internacionais viriam com a abertura de rotas para Santo Domingo, Bahamas e Porto Rico. Em 1971, a Eastern Airlines tornou-se a companhia oficial da Walt Disney World, pouco antes da própria abertura dos parques. Havia até mesmo uma atração no parque Magic Kingdom patrocinada pela companhia.
Antes que os investimentos nos Boeings 757 e Airbus A300 pudessem gerar retorno à companhia, a alta do petróleo na década de 1970 trouxe a empresa para o início de seu declínio. A Eastern Airlines foi então vendida a Frank Lorenzo, dono da Texas Air e nomeado pela revista Time como “um dos dez piores chefes do século”. Sob sua gestão, a companhia enfrentou greves e perda de competitividade, até abrir processo de falência em 1989, o que arruinou muitos negócios relacionados à aviação na região de Miami e Nova Iorque.
Apesar de sua relevante contribuição à aviação doméstica americana, a Eastern tornou-se mundialmente famosa por protagonizar um dos acidentes aéreos mais horripilantes de toda a história. Em 29 de Dezembro de 1972, uma aeronave Lockheed Tristar que fazia o voo 401 caiu no pântano de Everglades, durante uma aproximação ao aeroporto de Miami, causando o primeiro acidente com aeronaves widebody da história da aviação. Descobriu-se posteriormente que o acidente foi causado pelo fato de toda a tripulação técnica envolver-se na resolução de um problema com uma luz indicativa do trem de pouso do nariz, deixando de lado a monitoração do voo. O estudo de caso desse acidente deu início ao desenvolvimento do CRM de cabine, um dos mais importantes elementos de segurança de voo dos dias atuais. O mistério, no entanto, viria por conta de estranhos eventos que ocorreram após o acidente.
Em outros voos da Eastern Airlines, tripulantes relataram haver visto fantasmas do voo 401 a bordo de suas aeronaves. Alguns relatos dão conta de que o comandante e o engenheiro de voo, mortos no acidente, foram vistos por comissários e pilotos a bordo de outras aeronaves. Outros reportaram, inclusive, haver conversado com os tripulantes mortos, que por sua vez relatavam já haver cuidado da inspeção na aeronave. Soube-se, posteriormente, que as aparições ocorriam em aeronaves com peças reaproveitadas do voo 401. Após a substituição dessas peças, as estranhas visões cessaram. O mistério com relação às aparições, no entanto, intriga pilotos e entusiastas da aviação até os dias de hoje.
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